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África do Sul disponível para auxiliar Moçambique no diálogo

Leonel Matias (Maputo)19 de fevereiro de 2016

Diplomacia sul-africana, demonstrou, esta sexta-feira (19.02), que está disponivel para ajudar a resolver a tensão política que opõe o Governo moçambicano e o principal partido da oposição, a RENAMO.

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Afonso Dhlakama (esquerda), Jacob Zuma (meio), Filipe Nyusi (direita)Foto: DW/M. Mueia / Reuters/N. Bothma / Getty Images/AFP/G. Guercia
Durante uma visita a Moçambique, Mandis Mpahlwa, Alto Comissário da África do Sul anunciou que o Presidente sul-africano, Jacob Zuma, está disponível para ajudar o país a resolver a situação de tensão e instabilidade política e apelou para que o Governo e a RENAMO acordem na necessidade de mediação e diálogo.

O representante da África do Sul, confirmou assim a troca de correspondência entre o seu Governo e a RENAMO, em que o maior partido da oposição moçambicana solicita a mediação no conflito político no país.

A informação tinha sido desmentida na semana passada, (10.02.) pela ministra sul-africana dos Negócios Estrangeiros, Maite Nkoana Mashabane, o que levou a RENAMO a apresentar publicamente a correspondência que o partido havia trocado com as autoridades sul africanas.
Mosambik Anschlag gegen Oppositionsführer Afonso Dhlakama
Viatura queimada no ataque contra a caravana do líder da RENAMO em Manica, Moçambique (26.09)Foto: DW/A. Sebastião
Assim, o chefe da representação sul-africana em Moçambique, Mandis Mpahlwa, revelou esta sexta-feira (19.02), à imprensa, a reação do Presidente sul-africano, Jacob Zuma, ao pedido de mediação apresentado pela RENAMO. "O Presidente mostrou uma disposição positiva para a resolução do conflito entre o Governo moçambicano e a RENAMO. A resposta negativa da ministra tinha-se baseado no facto de que a posição do gabinete do Presidente indicava que a questão da mediação devia ser discutida entre as duas partes", explicou o representante.

Os jornalistas questionaram ainda ao Alto Comissariado sul-africano sobre a resposta da ministra dos Negócios Estrangeiros de que não não havia qualquer contato entre o Governo sul africano e a RENAMO para a mediação do conflito.

Mandis Mpahlwa justificou afirmando que "até hoje (19.02.), altura em que foi realizada a conferência de imprensa, a correspondência trocada entre a RENAMO e o gabinete do Presidente mantinha-se no domínio privado entre as duas instituições e ainda não era do domínio publico".
África do Sul tem interesse na paz de Moçambique

O Alto Comissário sul-africano afirma que é do interesse do seu país que se alcance uma solução para o conflito em Moçambique. "O governo da África do Sul está muito interessado em que haja paz e estabilidade em Moçambique. Isto resulta de vários fatores: somos vizinhos, temos relações de amizade profundas e antigas, e a África do Sul sempre esteve disposta a ter um papel positivo na resolução de conflitos em várias partes da região e do continente", explicou Mandis Mpahlwa.

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Nos últimos tempos, a RENAMO abandonou as negociações com o Governo moçambicano alegando falta de seriedade por parte do executivo e acusou os mediadores de não facilitarem o diálogo.Sugeriu ainda, mais tarde, que a mediação passasse a ser feita pelo Presidente sul-africano, Jacob Zuma, e a Igreja Católica, tendo esta última aceite já o convite.
Nas últimas semanas, Moçambique regista um agravamento da tensão política com relatos de confrontos entre forças governamentais e homens armados da RENAMO, ataques a viaturas civis e acusações mútuas de raptos e assassinatos de militantes dos dois lados.
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