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Homens armados abriram uma cratera numa estrada do distrito de Barué, no centro de Moçambique, após intensos confrontos militares. A circulação foi interrompida durante várias horas entre as províncias de Manica e Tete.
Homens armados, presumivelmente da RENAMO abriram uma enorme cratera na estrada nacional número 7, no troço entre o rio Púngwe e a vila de Catandica, no centro de Mocambique, causando a interrupção temporária, da comunicação rodoviária entre as provincias de Manica e Tete.
O buraco, de quase um metro de profundidade e que atravessa toda a largura do pavimento de uma das principais estradas do centro de Moçambique, foi aberto na noite de sábado (16.04.), após intensos confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e homens armados, presumivelmente da RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana), impedindo por completo o trânsito de viaturas nos dois sentidos.
Entretanto, a via foi restabelecida, cerca de seis horas depois por uma equipa da Direção provincial das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, como o apoio da população local.
A Polícia destacou para o local um contingente a fim de garantir a proteção de pessoas e bens e repor a ordem na região. Houve danos em três viaturas que caíram na cratera e três feridos ligeiros.
"Ato crimonoso e de sabotagem"
O comandante provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, Armando Mudem, considerou o ato como sendo uma sabotagem realizada por homens armados da RENAMO. “Bandidos armados mobilizaram uma parte da população e conseguiram abrir uma vala na estrada impossibilitando desse modo a circulação de pessoas e bens. A cratera aberta possui um metro de largura e 50 centímetros de profundidade”.
Armando Mude acrescentou que o local "não tinha sinalização e três viaturas, dois camiões e um veículo ligeiro, caíram no buraco. Dois pegaram fogo dado que transportavam combustível e madeira respetivamente” explicou o comandante.
Entretanto, a Polícia continua a perseguir os homens armados da RENAMO para evitar que "continuem a criar obstáculos ao processo de desenvolvimento económico e social do país" disse uma fonte à DW África que solicitou o anonimato.
A situação não afeta apenas os veículos moçambicanos na medida em que entre as viaturas retidas se encontravam camiões que transportavam combustível, produtos alimentares e outras mercadorias, neste corredor muito utilizado para a exportação ou importação dos países vizinhos como Zimbabwe, Zâmbia e Malawi.
Recorde-se que, desde fevereiro, foram registados vários ataques atribuídos pelas autoridades a homens armados da Renamo nas principais estradas do centro de Moçambique e que levaram o Governo a ativar escoltas militares obrigatórias a viaturas civis em dois troços na província de Sofala da N1, a principal via do país.