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HistóriaÁfrica

Que efeitos teve a Primavera Árabe em África?

Birgit Morgenrath / Cristiane Vieira Teixeira17 de dezembro de 2015

Assinalam-se esta quinta-feira cinco anos da Primavera Árabe, que levou grandes multidões às ruas e à mudança de poder em países como a Tunísia, onde tudo começou. Espírito de revolução alastrou-se a outras nações.

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Manifestante em Ouagadougou, capital do Burkina Faso (2014)Foto: Reuters/J. Penney

A 17 de dezembro de 2010, o vendedor de legumes Mohammed Bouazizi incendiou o seu próprio corpo, na pequena cidade de Sidi Bouzid. Ao ato de desespero deste jovem sem perspectivas seguiram-se os primeiros protestos em massa contra Ben Ali, na época no poder na Tunísia.

A resistência contagiou os países vizinhos, onde os cidadãos puseram fim às ditaduras de Muammar Khadafi, na Líbia, e Hosni Mubarak, no Egito.

"Primavera africana"

Não foi só no norte do continente que o fenómeno foi acompanhado de perto. Em 2014, um movimento de massa levou o Presidente do Burkina Faso, Blaise Compaoré, a demitir-se, depois de 27 anos no poder.

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Revoltas populares na origem da Primavera Árabe começaram há cinco anos naTunísiaFoto: AP

O cientista político Robert Kappel, do Instituto GIGA de Hamburgo, explica como surgiu o movimento. "Refletiu-se sobre que forma de democracia seria possível criar, o que significam movimentos de protesto e as forças da oposição e da sociedade civil tiveram como foco como poderia ser garantido que, num país onde nunca houve democracia, houvesse uma grande participação".

Também as redes sociais desempenharam um papel importante na organização de pequenas reuniões e no contacto com opositores no exterior.

Protestos alastram-se

Ao Sudão, os protestos chegaram em 2012. Apesar de não ter havido manifestações, os sudaneses foram às ruas principalmente contra a pobreza e problemas económicos. O Presidente Omar al-Bashir respondeu duramente: a polícia usou cassetetes e gás lacrimogéneo, opositores ao regime foram presos e os protestos sufocados.

A instabilidade infectou os vizinhos do sul, como o Mali. Depois da desintegração da Líbia, armas e combatentes islâmicos foram para o Mali, onde rebeldes tuaregues lutam há décadas por um Estado separado.

"No Mali, a falta de democracia e desenvolvimento foram usadas por grupos terroristas para abrir espaço para aumentar as possibilidades de criação do seu próprio estado fundamentalista islâmico", explica o especialista Robert Kappel.

[No title]

No Zimbabué, onde Robert Mugabe governa há quase 30 anos com punho de ferro, apesar de figuras da oposição e ativistas terem sido mal sucedidos na sua resistência, há agora pelo menos a sensação de que as pessoas poderiam alcançar algo com protestos em massa.

Nos subúrbios da África do Sul, a maior expressão do espírito de luta foram protestos nacionais de milhares de estudantes contra as novas taxas escolares este ano.

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