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Novo golpe militar no Mali em destaque na imprensa alemã

Ferro de Gouveia, Helena14 de dezembro de 2012

Instabilidade no Mali, resultado das eleições presidenciais no Gana e o referendo sobre a controversa Constituição no Egito foram temas que mereceram a atenção dos jornais alemães esta semana.

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Os jornais alemães desta semana destacaram a demissão do primeiro-ministro do Mali, Cheikh Modibo Diarra, forçado a sair do poder pelo capitão Amadou Sanogo, o responsável pelo golpe de Estado contra o ex-presidente Amadou Toumani Touré, a 22 de março.

"Outra crise no instável Mali", titulou o Berliner Zeitung. Por seu turno, o Süddeutsche Zeitung refere-se ao fim abrupto de uma viagem. A viagem que Modiba Diarra se preparava para fazer a Paris. Esta nova reviravolta política mostra, segundo o Frankfurter Allgemeine Zeitung, "que não há desenvolvimento político ou militar no Mali que escape ao capitão Sanogo, embora em agosto passado, sob a pressão da comunidade internacional tenha sido formado em Bamako um governo de unidade nacional".

"O vácuo de poder que se seguiu ao golpe de Estado de 22 de março", escreve o Süddeutsche Zeitung, permitiu que "os rebeldes tuaregues, num curto espaço de tempo ocupassem uma área com a dimensão da França" e que os seus aliados "islâmicos aterrorizassem a população com a sharia".

Os militares malianos advogaram, segundo o jornal, que não se tratou de um golpe de Estado, "porque o presidente se mantém no seu posto, mas o primeiro-ministro já não estava a defender os interesses do país". Para o Süddeutsche Zeitung é evidente que um dos motivos para o afastamento forçado de Diarra é o desacordo entre o exército e o governo sobre a intervenção militar internacional. O primeiro-ministro deposto era favorável à intervenção, já a Junta militar quer resolver a solo a crise no Mali.

Um teste para o Gana

Outro tema em destaque nas páginas da imprensa alemã foram as eleições no Gana. "Mahama vence" titula o Frankfurter Allgemeine Zeitung, após a publicação dos resultados da comissão eleitoral ganesa relativos às eleições presidenciais de 7 e 8 de dezembro. "O Presidente cessante, John Dramani Mahama, foi confirmado no cargo por um escassa vantagem sobre o adversário Nana Akufo-Ado".

Os observadores da CEDEAO descreveram a eleição como "pacífica e transparente", nota o jornal, acrescentando, que "tanques se perfilaram na noite de domingo junto ao edifício da comissão eleitoral para cortar pela raiz qualquer possível disputa". De facto, salienta o Süddeutsche Zeitung, o Partido Nacional Patriótico (NPP) de Nana Akufo-Ado "denunciou fraude eleitoral e não vai aceitar o resultado da eleição, tida como um teste para a estabilidade do Gana e como uma prova de maturidade do Estado modelo da região".

Nova Constituição põe Egito a ferro e fogo

Os egípcios começam a votar este sábado (15.12) no referendo ao projecto da futura Constituição, mas mesmo depois do afastamento de um boicote por parte da oposição, algumas das vozes mais críticas contra o Presidente Morsi alertam para a possibilidade de os próximos dias serem marcados por "sangue e muitos conflitos".

O Süddeutsche Zeitung prevê que o presidente egípcio e Irmandade Muçulmana alcancem o seu objetivo e façam aprovar a Constituição no referendo. Já o semanário Die Zeit salienta que enquanto as forças pró e anti Mohamed Morsi debatem o peso da lei islâmica na Constituição, há um grupo que sai intocado e com poderes reforçados: os militares.

O último destaque desta semana vai para Maria Ramos, filha de emigrantes portugueses na África do Sul, que se tornou na banqueira mais poderosa do continente africano. "Ela colaborou na elaboração da constituição pós-apartheid na África do Sul e fez parte do governo de Nelson Mandela", salienta o Frankfurter Allgemeine Zeitung. Maria Ramos estará à frente do maior banco africano o Barclays África.

Autora: Helena Ferro de Gouveia
Edição: António Rocha