1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
ConflitosRepública Democrática do Congo

França apela ao Ruanda para que cesse apoio ao M23

Lusa
20 de fevereiro de 2024

França denunciou hoje "os ataques à integridade territorial da RDC” e apelou ao Ruanda para que "cesse todo o apoio" aos rebeldes do M23 e "se retire do território congolês".

https://p.dw.com/p/4cd54
População de Sake, em Kivu do Norte, pôs-se em fuga devido a ataques dos rebeldes do M23
População de Sake pôs-se em fuga devido a ataques dos rebeldes do M23 Foto: Benjamin Kasembe/DW

"A França está muito preocupada com a situação no leste da República Democrática do Congo, no Kivu do Norte e, em particular, em torno de Goma e Saké. Os ataques à integridade territorial da RDC e a situação da população civil são inaceitáveis", segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

"A França condena a continuação das ofensivas do M23, com o apoio do Ruanda, e a presença de forças ruandesas em território congolês", acrescentou o Governo francês, instando os rebeldes a "cessarem imediatamente os combates".

"Apelamos ao Ruanda para que cesse todo o apoio ao M23 e se retire do território congolês", insistiu o ministério, apelando igualmente a "todos os grupos armados para que ponham termo à violência".

Os combates entre o M23 ("Movimento 23 de março"), apoiado por unidades do exército ruandês, e as forças armadas congolesas intensificaram-se há vários dias em Sake, uma cidade situada a cerca de 20 quilómetros a oeste da capital provincial de Goma.

Sede do Ministério das Relações Exterioes de França, em Raris
Foto: Jens Büttner/dpa/picture alliance

O conflito

O M23 é um dos mais de 100 grupos armados ativos no leste da RDC, muito rica em ouro, metais raros fundamentais às maiores tecnológicas mundiais e vários outros recursos minerais. A RDC acusa o Ruanda de apoiar ativamente o M23. 

O M23 - constituído em 04 de abril de 2012, quando 300 soldados das Forças Armadas da RDC se sublevaram por alegado incumprimento do acordo de paz de 23 de março de 2009, que dá nome ao movimento, e pela perda de poder do seu líder de então, Bosco Ntaganda - voltou a pegar em armas no final de 2021, depois de uma década adormecido. 

Desde então, conquistou grandes áreas do território do Kivu do Norte e provocou a deslocação de centenas de milhares de pessoas na província de Kivu do Norte. 

As Nações Unidas apontam para a existência de 6,9 milhões de pessoas deslocadas no leste da RDC, no que constitui uma das maiores crises humanitárias do mundo. 

A República Democrática do Congo acusa o Ruanda e o M23 de tentarem deitar a mão aos minerais no leste do Congo. O M23, pelo seu lado, alega estar a defender uma parte ameaçada da população e apela a negociações, que Kinshasa recusa, excluindo conversações com "terroristas".

A vida de uma antiga criança-soldado na RDC