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Revolução em rede

11 de fevereiro de 2011

A luta pelo poder no Maghreb e no Médio Oriente não se trava apenas nas ruas, mas também nas chamadas redes sociais, como o Facebook e o Twitter ou em plataformas na internet como o Youtube.

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Diversas redes sociais revolucionam a arte de protestar

Imagens das manifestações na Tunísia, no Egito ou na Jordânia espalham-se num espaço de segundos por todo o mundo. A mobilização dos manifestantes já não é feita apenas de boca em boca, mas sim via computador ou telemóvel. É por isso que observadores já atribuíram aos mais recentes protestos o rótulo de "Revolução Facebook".

Os protestos na praça de Tahrir, no centro do Cairo ecoam agora também através da captação de vídeos por telemóveis, que poucos segundos depois são colocados na internet para que todo o mundo tenha acesso.

Em segundos: da praça pública para o mundo

Symbolbild Verbot facebook twitter
Símbolo contra o uso das redes sociais Facebook e TwitterFoto: DW

Os regimes autoritários tentam impedir a comunicação através dos novos meios digitais, mas em vão. Hoje em dia, é praticamente impossível impedir a livre circulação de informações.

Na semana passada o governo egípcio cortou o acesso à internet, mas a plataforma Twitter continuou a funcionar, disponibilizando temporariamente parte dos seus serviços via telemóvel.

Um dos manifestantes egípcios descreveu via telemóvel a brutalidade dos serviços de segurança que espancavam os manifestantes em plena praça de Tahrir. E assim a informação correu o mundo e as autoridades tiveram que recuar.

Já em 2009 aquando dos protestos em massa contra o regime iraniano, os manifestantes tinham recorrido às novas tecnologias de comunicação.

Intervenção virtual versus intervenção real

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Manifestantes egípcios na praça de TahrirFoto: dapd

Peritos na matéria como Joachim Klewes, professor de comunicação política na Universidade de Düsseldorf, acreditam que as novas tecnologias têm um papel significante para a mobilização dos jovens manifestantes.

O cientista alemão salienta ainda que não se deve sobreestimar a sua importância dos novos meios de comunicação porque “na origem dos protestos estão os problemas reais das pessoas. Ou seja: as manifestações também se realizariam sem as redes sociais na internet."

Todos os meios ajudam

Para o cientista Joachim Klewes a importância das redes sociais é relativa já que, na sua opinião “as manifestações sem o novos meios de comunicação [só] não se teriam espalhado tão rapidamente e de forma tão transparente.”

A organização de manifestações fica, por isso, facilitada com a ajuda das redes sociais. Um bom exemplo foi o desafio que um grupo da oposição lançou no Facebook: "Vamos à manifestação no dia 25 de Janeiro?", ao qual 90 mil responderam de forma positiva.

As novas tecnologias estão pois a revolucionar o mundo. Hoje poucos conseguem imaginar como os alemães do leste se conseguiram organizar contra o regime da RDA, numa altura em que nem sequer 25 por cento da população tinha telefone.

Ägypten Internet Kommunkation Facebook Zensur NO FLASH
Um homem a tirar uma fotografia com o seu telemóvel na praça deTahrir, na capital egípcia, CairoFoto: AP

Autor: António Cascais / Carla Fernandes

Revisão: Helena Ferro de Gouveia