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Líderes da UE acordam combater aumento dos preços da energia

Lusa | DW (Deutsche Welle)
21 de outubro de 2022

Os chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) concordaram em "trabalhar em medidas" para conter os elevados preços da energia, acentuados pela guerra da Ucrânia. Garantem que medidas "serão visíveis em breve".

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Brüssel EU Gipfel Olaf Scholz
Foto: YVES HERMAN/REUTERS

"O Conselho Europeu chegou a um acordo" relativamente à situação energética, pois "concordou em trabalhar em medidas para conter os preços da energia para as famílias e empresas", anunciou o presidente do Conselho Europeu Charles Michel, numa publicação na conta oficial da rede social Twitter.

"A unidade e a solidariedade prevalecem", adiantou o presidente do Conselho Europeu.

O anúncio para este trabalho futuro foi feito após várias horas de discussões entre os 27, marcadas por posições divergentes em assuntos como limites temporários aos preços de referência no gás e regras de solidariedade no bloco comunitário para disponibilização de gás a todos os Estados-membros em caso de emergência.

Já mais favorável foi a discussão sobre compras conjuntas de gás, contando com o apoio dos chefes de Governo e de Estado europeus, de acordo com fontes europeias.

França quer consenso, Alemanha com dúvidas

O Presidente francês prometeu "criar unanimidade", enquanto o chanceler alemão expressou dúvidas sobre o método de conter os elevados preços da energia na União Europeia (UE).

O chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, disse que trabalhou intensamente com o chanceler alemão, Olaf Scholz, em discussões bilaterais, para obter um avanço na questão.

 Emmanuel Macron e Olaf Scholz
A crise energética na UE marcou a discussão no primeiro dia de cimeira europeiaFoto: Olivier Hoslet/Pool EPA/AP/dpa/picture alliance

Macron, que se vai reunir novamente com Scholz na próxima semana, em Paris, disse que é o "papel da França criar unanimidade entre as posições".

As medidas incluem limites temporários aos preços de referência no gás e regras de solidariedade no bloco comunitário para disponibilização de gás a todos os Estados-membros em caso de emergência.

Emmanuel Macron disse que os mecanismos poderão ser implementados "no final de outubro, início de novembro". Os líderes europeus "enviaram um sinal muito claro de determinação e unidade aos mercados", acrescentou o francês.

Impasse nas negociações

A Alemanha e os Países Baixos tinham levantado dúvidas sobre os limites temporários aos preços de referência no gás natural, alertando que podiam prejudicar o fornecimento e incentivar o consumo

Numa concessão feita à Alemanha, o mecanismo terá de ser acompanhado de garantias para "evitar qualquer aumento do consumo de gás" e impedir que a UE subsidie eletricidade exportada para países vizinhos, incluindo Noruega, Reino Unido e Suíça.

Numa conferência de imprensa, em Bruxelas, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a proposta vai ser discutida na próxima semana, na terça-feira (25.10), pelos ministros da Energia" dos Estados-membros da UE.

Mas Olaf Scholz deixou claro que, se os ministros de Energia não chegarem a um acordo sobre uma versão final, será necessária uma nova cimeira de chefes de Estado.

Medidas energéticas "serão visíveis em breve"

Charles Michel
"Estou confiante de que, muito em breve, os efeitos serão visíveis", afirmou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.Foto: Nicolas Economou/NurPhoto/picture alliance

Os presidentes do Conselho Europeu, Charles Michel, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeram que as medidas adotadas de combate à crise energética "serão visíveis em breve", levando-a "muito a sério".

"Estou confiante de que, muito em breve, os efeitos serão visíveis, porque sinto que enviámos também um sinal claro aos mercados, que significa que estamos prontos para trabalhar juntos, de que somos capazes de trabalhar em conjunto e que existe uma forte vontade política", afirmou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lembrou as medidas já adotadas desde o início da guerra da Ucrânia, aquando da invasão russa em fevereiro passado, para salientar que todas as iniciativas têm "um efeito contínuo que os cidadãos podem ver".

"Testemunhei também que tivemos discussões intensivas, mas muito construtivas, e houve uma forte vontade, que se pôde sentir no Conselho Europeu, de chegar a uma conclusão comum", observou a líder do Executivo comunitário.

Ainda assim, deixou um alerta sobre futuras discussões: “Os diferentes Estados-membros têm prioridades diferentes, mas se olharmos para os passos que demos em frente, este roteiro tem de ser trabalhado e depois implementado”.

A crise energética na UE marcou então a discussão neste primeiro dia de cimeira europeia, realizada dias depois de a Comissão Europeia ter apresentado novas medidas para aliviar os preços do gás e da luz, a maior parte das quais com efeito no inverno do próximo ano, e quando se teme cortes no fornecimento russo ao bloco comunitário.

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