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eSwatini culpa "elementos estrangeiros" por agitação no país

com agências
1 de julho de 2021

O Executivo do eSwatini responsabilizou "elementos estrangeiros" pela agitação no país, que tem sido palco de manifestações, por vezes violentas, contra aquela que é a última monarquia absoluta em África.

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Rei Mswati III está no poder desde 1986Foto: imago images/ITAR-TASS

O Executivo do eSwatini responsabilizou "elementos estrangeiros" pela agitação no país, que tem sido palco de manifestações, por vezes violentas, contra aquela que é a última monarquia absoluta em África.

"Estes atos não são obra de cidadãos do Essuatíni, mas de terroristas e bandidos", argumentou o primeiro-ministro interino do reino, Themba Masuku, na estação de rádio nacional, onde apelou ao povo para "não se deixar enganar por elementos estrangeiros”, noticia a agência France-Presse (AFP).

O Reino do eSwatini, anteriormente conhecido como Suazilândia, tem sido palco, nos últimos dias, demanifestações contra aquela que é a última monarquia absoluta em África.

Os protestos são raros no eSwatini, onde os partidos políticos estão proibidos há décadas, mas nas últimas semanas irromperam protestos violentos em partes do território contra aquela que é a última monarquia absoluta de África.

Segundo ativistas da sociedade civil, pelo menos oito pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em confrontos com a polícia.

Durante esta quinta-feira (01.07), África do Sul e Reino Unido reagiram à agitação no país localizado na fronteira entre o primeiro e Moçambique.

Swasiland - Königreich Eswatini | Wahl | Protest
"Atiraram contra manifestantes indiscriminadamente", denuncia HRWFoto: Getty Images/AFP/G. Guercia

Direito dos cidadãos

A África do Sul apelou às forças de segurança para "exercerem total contenção e salvaguardem as vidas e os bens do povo”.

Já o ministro britânico para África, James Duddridge, escreveu no Twitter que "a escalada de violência, incluindo as pilhagens, é profundamente preocupante".

Na quarta-feira (30.06), Estados Unidos da América pediram também às autoridades para "exercer contenção”.

Também a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) apelou às autoridades locais para respeitarem os direitos dos cidadãos e as leis internacionais.

O governo da antiga Suazilândia "deve garantir que as forças de segurança agem dentro da lei" e devem "evitar o uso arbitrário da força”, disse Dewa Mavhinga, diretora da Human Rights Watch para a África Austral, citada num comunicado da organização.

Na semana passada, o Governo proibiu manifestações e o comissário da polícia nacional, William Dlamini, alertou que os seus homens iriam adotar uma política de "tolerância zero”.

No poder desde 1986, o rei Mswati III, que tem 14 mulheres e mais de 25 filhos, é alvo de críticas pelo seu punho de ferro e pelo seu estilo de vida luxoso num país em que dois terços dos 1,3 milhões de habitantes vivem abaixo do limiar da pobreza.

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