Comida de verdade
Nas prateleiras dos supermercados, eles se misturam aos alimentos preparados com ingredientes autênticos. Produtos alimentícios que usam extratos imitando o sabor e a aparência de ingredientes como queijo, presunto e chocolate passam quase despercebidos pelos consumidores.
A Alemanha debate agora formas de aumentar o rigor no mercado de alimentos análogos. Para a ministra alemã de Defesa do Consumidor, Nutrição e Agricultura, Ilse Aigner, informações enganosas e ambíguas nos rótulos de alimentos precisam ser levadas mais a sério. Nesta semana, o ministério alemão anunciou que planeja tornar mais rígidas as regras de identificação dos alimentos.
Guerra de preços incentiva análogos
Para Gert Lindemann, vice-ministro alemão que participou recentemente de um encontro com os ministros da Agricultura de países da União Europeia, um dos principais problemas para o consumidor é a dificuldade de reconhecer se os ingredientes são originais ou análogos.
Na hora de escolher uma pizza, por exemplo, o consumidor não consegue distinguir se o queijo ou o presunto são, de fato, genuínos. Ou se o aroma contido no iogurte é mesmo natural.
Na maioria das vezes esses produtos são mais baratos, sendo preparados à base de goma espessante, água, gordura vegetal, aroma e corante.
No ano passado, Aigner já havia tentado chegar a um acordo com a indústria alimentícia sobre essa questão, mas sem sucesso. "Para mim, o uso de análogos também está relacionado à guerra de preços", disse em entrevista ao jornal Passauer Neue Presse.
Difícil de desvendar o rótulo
Para prevenir quem vai às compras, a Central de Defesa do Consumidor de Hamburgo publicou uma lista na internet com as imitações mais comuns. O órgão adverte que, para se certificar da qualidade de um produto, o consumidor deve ler com atenção o rótulo que lista os ingredientes.
Se um alimento indica que é "preparado com queijo", por exemplo, o consumidor pode partir do pressuposto de que se trata de uma mistura de queijo e análogo. A mesma recomendação vale para bolachas recheadas; muitas vezes, o "recheio de chocolate" não passa de uma massa de açúcar e aromatizante.
Higiene é única restrição
As leis da União Europeia não fazem restrições à venda de alimentos análogos. No geral, eles podem ser comercializados, contanto que sigam as instruções de higiene.
Segundo especialistas, esse tipo de alimento não é prejudicial à saúde. No entanto, por não informarem claramente que os ingredientes são de qualidade inferior, prejudicam a relação de confiança entre a marca e o consumidor.
NP/dpa/afp
Revisão: Simone Lopes