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Coronavírus: Moçambique atento a impactos em investimentos

Leonel Matias (Maputo)
12 de março de 2020

Pandemia do novo coronavírus levou à queda do preço do crude. Presidente do Instituto Nacional de Petróleo mostra-se preocupado com o eventual impacto da situação para o gás moçambicano.

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Foto: ENI East

O presidente do Instituto Nacional de Petróleo (INP) considera "muito sensível" a atual situação caraterizada pelo coronavírus e pela descida dos preços do petróleo nos mercados internacionais.

"Como regulador aqui do setor, espero que essa baixa dos preços do petróleo não seja por muito tempo e que não tenha impactos negativos no investimento que está a ser feito," declarou Carlos Zacarias.

Questionado pelos jornalistas sobre um eventual impacto da queda dos preços do petróleo no projeto de exploração do gás natural Mozambique LNG, na Bacia do Rovuma, Zacarias frisou que "há compromissos que já foram tomados, mas naturalmente há alguns aspetos que fogem ao nosso controlo".

No início do mês, o Banco de Moçambique também se mostrou preocupado com o impacto do novo coronavírus na economia, alertando para uma possível subida de preços no país e redução das exportações para a China, se a crise se prolongar.

Os mercadores financeiros internacionais têm-se ressentido face à pandemia, numa altura em que Moçambique está a implementar vários projetos de exploração de gás natural, com destaque para a Bacia do Rovuma, ainda na fase inicial.

Mosambik, Bilder aus Inhambane - Fabrik
Fábrica da Sasol em InhambaneFoto: DW/L. da Conceição

Investimentos nacionais

Durante uma conferência de imprensa sobre a participação das empresas nacionais na exploração do gás, esta quinta-feira (12.03), o presidente do Instituto Nacional de Petróleo anunciou que o projeto Mozambique LNG, liderado pela Total, já emprega mais de 6.500 moçambicanos em Cabo Delgado, província onde está instalado.

"Deste número, 50% são pessoas de Cabo Delgado", sublinhou Carlos Zacarias.

O presidente do Instituto Nacional de Petróleo acrescentou ainda que, em termos de estratégia de formação, 90% das pessoas empregues são nacionais, sendo 35% provenientes de Palma. E explicou que particular atenção é dada na harmonização da estratégia de formação para que se contemplem as várias fases do projeto, nomeadamente a de construção e operação, cujo pico de atividade ainda não foi atingido.

Coronavírus: Moçambique atento aos impactos nos investimentos do gás

Carlos Zacarias disse ainda que os projetos Coral Sul e Rovuma LNG empregam 340 trabalhadores e 170 trabalhadores nacionais, respetivamente. Segundo o responsável, em termos de bens e serviços, existe já uma base de dados: "Só para o projeto principal, que é o projeto Mozambique LNG, foram registadas na plataforma 1.400 empresas - das quais 427 são empresas registadas em Moçambique e 307 empresas detidas por moçambicanos," detalhou.

O projeto Mozambique LNG já gastou cerca de quinhentos milhões de dólares em serviços com empresas moçambicanas, referiu Zacarias.

Em relação ao impacto económico do projeto de gás Pande-Temane, detido pela empresa sul-africana Sasol desde 2004, o presidente do INP informou que se situou em quinhentos milhões de dólares.

"Queria aqui destacar que, para o caso de Pande-Temane, uma grande ênfase tem sido dada no desenvolvimento técnico vocacional", disse.

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