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Cabo Delgado: Líderes de ataques podem ter sido abatidos

Lusa | mjp
31 de maio de 2020

"Temos informações de terem sido abatidos quadros superiores" dos grupos que têm atacado a província do norte do país, afirmou o Presidente de Moçambique. Filipe Nyusi fala em "batalhas enormes" em Cabo Delgado.

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Symbolbild | Im Norden Mosambiks sind 50 Zivilisten von Dschihadisten ermordet worden
Foto: AFP/J. Nhamirre

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, disse no sábado (30.05) que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) podem ter abatido cabecilhas dos grupos armados que têm atacado a província de Cabo Delgado, reservando a confirmação para aquelas forças.

"As últimas batalhas foram enormes, foram muito produtivas. Temos informações de terem sido abatidos quadros superiores dessa força que podemos considerar que são a liderança, mas sobre isso as FDS irão em momento próprio confirmar", referiu, em declarações à Televisão de Moçambique (TVM).

Nyusi falava em Mueda, distrito de Cabo Delgado onde nasceu, para onde se deslocou para uma reunião com diversas patentes militares, os ministros da Defesa e Interior.

O local foi o escolhido para analisar a situação na província, depois de grupos armados classificados como terroristas e de afiliação ao movimento 'jihadista' Estado Islâmico terem atacado desde quinta-feira Macomia, a principal vila do centro da província.

Filipe Nyusi, Präsident von Mosambik
Filipe Nyusi em Pemba, em fevereiroFoto: DW

O ataque aconteceu depois de uma intensificação dos ataques desde março e que levou à ocupação de outras vilas como Mocímboa da Praia, Quissanga e Muidumbe, com relatos de dezenas de mortes entre civis, insurgentes e militares.

"Moral das FDS está boa"

"Primeiro, o esforço [das autoridades] sempre é compreender quem é o inimigo e como está a operar" além de aferir da situação da população e forças no terreno, referiu Nyusi.

Dos vários encontros que já manteve em Cabo Delgado desde sexta-feira, o chefe de Estado disse ter ficado claro que "a moral das FDS está boa".

"Estamos a aprender como lidar com essa força e estamos a encorajar [a maneira] como as FDS estão a abordá-la", concluiu.

Segundo referiu à Lusa uma fonte em contacto com residentes em Macomia, o grupo armado que desde quinta-feira ataca a vila parecia estar no sábado a preparar uma retirada, carregando viaturas com o saque de estabelecimentos comerciais. Quase toda a população da localidade fugiu para o mato, mas há quem vá arriscando voltar à vila procurar mantimentos.

Cabo Delgado, província onde avança o maior investimento privado de África para exploração de gás natural, está sob ataques de grupos armados rebeldes desde outubro de 2017, classificados desde o início do ano pelas autoridades moçambicanas e internacionais como uma ameaça terrorista. Em dois anos e meio de conflito estima-se que já tenham morrido, no mínimo, 550 pessoas e que cerca de 200 mil já tenham sido afetadas, sendo obrigadas a refugiar-se em lugares mais seguros, perdendo casa, hortas e outros bens.

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