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PolíticaGuiné-Conacri

União Africana suspende Guiné-Conacri da organização

Lusa
10 de setembro de 2021

A União Africana anunciou a suspensão da Guiné-Conacri de todas as "atividades e órgãos". A decisão sucede ao golpe de Estado do último domingo (05.09), liderado por militares naquele país da África Ocidental.

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Guinea | Militär in Conakry
Foto: Souleymane Camara/REUTERS

"O Conselho de Paz e Segurança (...) decide suspender a República da Guiné de todas as atividades/órgãos decisórios da UA", anunciou, através da sua conta no Twitter, o órgão responsável pela gestão dos conflitos e questões de segurança no seio da União Africana, dois dias após uma decisão semelhante da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). 

A organização pan-africana, sediada na capital etíope, Adis Abeba, pede ainda ao Conselho de Segurança das Nações Unidas "que aprove o comunicado final da CEDEAO", que apoia.

A CEDEAO anunciou esta quarta-feira (08.09) a suspensão da Guiné-Conacri e o envio de uma missão diplomática ao país, mas não pronunciou quaisquer sanções económicas.

A missão, composta por ministros dos Negócios Estrangeiros de quatro países e pelo presidente da comissão da CEDEAO, Jean-Claude Kassi Brou, chegou esta sexta-feira (10.09) a Conacri. A CEDEAO exigiu ainda "respeito pela integridade física" e a "libertação imediata" do Presidente Alpha Condé, capturado e detido pelos golpistas no domingo 05.09.

Guinea | Mamady Doumbouya
Coronel Mamady Doumbouya, ao centro, líder dos golpistasFoto: CELLOU BINANI/AFP/ Getty Images

Contas de ministros e governantes congeladas

As forças especiais guineenses, lideradas pelo tenente-coronel Mamady Doumbouya, anunciaram, no domingo, que tinham capturado o chefe de Estado para pôr fim à "má gestão financeira, à pobreza e à corrupção endémica" e ainda "à instrumentalização da justiça [e] ao atropelo dos direitos dos cidadãos".

Dissolveram o Governo e as instituições e aboliram a Constituição do país, que Condé tinha feito alterar e aprovar em 2020, por forma a poder candidatar-se a um terceiro mandato nesse mesmo ano, e não obstante meses de protestos e dezenas de mortes em resultado dos mesmos.

Numa mensagem televisiva na noite de quinta-feira (09.09), a junta militar que governa o país anunciou que deu ordens ao banco central para que congelasse as contas bancárias dos ministros que faziam parte do Governo do Presidente deposto, assim como de outras contas relacionadas com o executivo de Condé e instituições públicas.

O autodenominado Comité Nacional de União e Desenvolvimento (CNRD) justificou a decisão com a necessidade de preservar os bens do Estado, segundo o órgão de comunicação local Guinée 7. "Qualquer pessoa que viole (as medidas) será considerada responsável por uma infração e assumirá todas as consequências", disse o CNRD num comunicado lido pelo próprio Mamady Doumbouya.

O congelamento das contas afeta, para além dos ministros e outros altos funcionários da administração Condé, os "programas e projetos" promovidos pela presidência e as instituições "administrativas e comerciais" de todos os departamentos governamentais.

"Não haverá caça às bruxas", promete coronel Doumbouya

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