1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Número dois de partido islamista tunisino é candidato a primeiro-ministro

27 de outubro de 2011

O segundo responsável na hierarquia do movimento islamista tunisino, Hamadi Jebali, é o candidato oficial ao cargo de primeiro-ministro, anunciou um responsável do movimento.

https://p.dw.com/p/RtDR
Muitos jovens votaram no partido islamista EnnahdaFoto: picture-alliance/dpa

Na Tunísia, embora se aguarde para as próximas horas a publicação dos resultados definitivos das eleições para a Assembleia Constituinte, o partido islamista Ennahda iniciou negociações com os possíveis parceiros da coligação.

Os resultados provisórios indicam contudo que o partido está à frente nos resultados do escrutínio de domingo. Um responsável do Ennahda já anunciou que nenhuma formação política será excluída das discussões.

O partido islamista Ennahda já tem assegurado 28 dos 55 lugares em nove circunscrições eleitorais na Tunísia, onde resultados foram anunciados oficialmente na quarta feira (26/10).

"A vitória do Ennahda não deve ser fonte de preocupação"

Com nove lugares conseguidos na diáspora, o Ennahda já pode contar com 37 eleitos na futura Assembleia que será constituída por 217 membros.

Proteste in Tunesien gegen israelische Luftangriffe im Gazastreifen
Manifestação em Tunis contra Israel em 2009.Foto: AP

Segundo alguns analistas, a vitória do partido islamista não deve criar preocupações no seio da comunidade internacional, na medida em que prometeu respeitar a democracia e o estatuto das mulheres, nomeadamente.

E na Tunísia, a população está preocupada com o perigo islamista? Siham Bensedrine, ativista tunisina dos direitos humanos, defende, desde o início da revolução, a visão de uma Tunísia aberta e moderna e recusa julgar o Ennahda muito depressa .

Uma escolha a ser respeitada

“Os tunisinos fizeram uma escolha que deve ser respeitada. É assim a democracia. A escolha que foi feita nas urnas corresponde à vontade popular”, disse Bensedrine.

Para a ativista, “se o vencedor do escrutínio, neste caso o Ennahda, trair seu programa e suas promessas que consistem no respeito do Estado de direito, a democracia e as conquistas do povo, então o povo elegerá um outro partido nas próximas eleições que devem acontecer provavelmente em um ano”, concluiu.

Para Siham Bensedrine, a nova Tunísia está a dar os primeiros passos e portanto “fazer hoje projeções sobre a ação do partido Ennahda é algo totalmente artificial. Nada nos permite dizer que o partido irá fazer o contrário do que prometeu”, destaca.

Proteste in Tunesien
Bensedrine: "iremos novamente às ruas, se necessário"Foto: picture alliance/dpa

A ativista tunisina dos direitos do homem aproveitou a entrevista concedida à DW para criticar uma certa visão de algumas capitais ocidentais em relação ao futuro da Tunísia, embora tenha lançado uma advertência ao Ennahda.

“Apresentar hoje os perigos políticos que pesam sobre o parlamento como sendo uma tentativa de impôr os pontos de vista de um partido islamista, é uma leitura totalmente errada do que será a nova Tunísia", opina.

Para ela, existe uma fobia relacionada a um eventual domínio dos islamistas na cena política.

Tunisinos prontos a manifestar se as promessas não forem cumpridas

Bensedrine afirma por outro lado que não tem medo. "Não só porque o Ennahda fez promessas, mas porque conheço o meu país e o meu povo. Os tunisinos nunca aceitarão que as suas conquistas sejam postas em causa”.

Ela destaca de forma categórica: "se um político colocar em dúvida as vitórias do povo tunisino, iremos novamente manifestar nas ruas do país”.

Nas nove circunscrições onde a contagem dos boletins já terminou, o Ennahda é seguido pelo Congresso para a República (da esquerda nacionalista) com também 9 lugares e para a "Petição Popular para a Justiça e o Desenvolvimento".

Autor: Amine Bendrif / António Rocha

Edição: Márcio Pessoa

Saltar a secção Mais sobre este tema