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Moçambique debate cooperações com Tanzânia e Zimbabué

Lusa | tm
6 de junho de 2021

Ministro da Defesa moçambicano defendeu neste sábado (05.06) cooperação com Tanzânia para combater terrorismo. Em visita a Harare, Filipe Nyusi debate reativação de comissões mistas entre Moçambique e o Zimbabué.

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BG I Alltag und Militarismus in Cabo Delgado
Militares moçambicanos em Cabo Delgado (foto de arquivo).Foto: Roberto Paquete/DW

Enquanto o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, encontrava-se neste sábado (05.06) em Harare, no Zimbabué, com o seu homólogo zimbabueno, Emmerson Mnangagwa, para discutir temas de interesse entre esses dois países; em Dar-es-Salaam, o ministro da Defesa moçambicano, Jaime Neto, apontou a cooperação entre Moçambique e a Tanzânia como uma das formas de enfrentar "forças estranhas".

A frase do ministro da Defesa era uma alusão à criminalidade transnacional e o terrorismo em Cabo Delgado. "Não podemos permitir que a soberania dos nossos Estados seja posta em causa por forças estranhas aos interesses nacionais", disse, acrescentando: "Como no passado, unimo-nos para pôr cobro às ameaças contra os nossos Estados".

Jaime Neto falava na sessão de abertura da terceira sessão da Comissão Conjunta Permanente de Defesa e Segurança em Dar-es-Salaam, Tanzânia, citado pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).

Jaime Neto
Jaime Neto, ministro da Defesa moçambicano.Foto: Roberto Paquete/DW

Comissão

A comissão "constitui um espaço de desenvolvimento da capacidade de mediação, prevenção de conflitos e diplomacia militar preventiva", referiu o ministro da Defesa.

"É nossa intenção fazermos uso desta plataforma de diálogo e de cooperação, no domínio de defesa e segurança, para cimentar a nossa fraternidade e amizade, mas também para darmos passos firmes no projeto comum de fazermos da África Austral uma região de excelência no respeitante à circulação de pessoas e bens, e usufruto dos recursos de que dispomos de forma sustentável", disse Jaime Neto.

 A Tanzânia faz fronteira com a província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, parte da qual está desde 2017 sob uma insurgência armada, com alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico.

A violência já provocou mais de 2.800 mortes segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 714 mil deslocados de acordo com o Governo moçambicano.

Diversos analistas e organizações têm apontado o reforço do controlo fronteiriço como uma das necessidades, defendendo ao mesmo tempo que a cooperação com a Tanzânia será importante para pôr fim à insurgência.

Filipe Nyusi, Präsident von Mosambik
Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique.Foto: DW

Cooperação com Zimbabué

Também ontem (05.06), numa deslocação realizada a Harare, capital zimbabueana, Moçambique e Zimbábue afirmaram que vão procurar reativar ainda este ano as reuniões das comissões mistas de análise dos temas de interesse comum aos dois países, anunciaram os presidentes dos dois estados.

"Passámos em revista a nossa cooperação", que "tem de ser sempre alimentada", e "vamos ver se retomamos as comissões mistas entre Moçambique e Zimbábue", referiu Filipe Nyusi, chefe de Estado moçambicano e presidente em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), durante a deslocação.

O Presidente moçambicano recordou que a segunda reunião do género decorreu em 2013 e que, "se possível, este ano" haverá um novo encontro. Uma ideia partilhada pelo Presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, em declarações feitas ao lado de Nyusi, à margem de um encontro à porta fechada entre ambos.

Simbabwe Massaker
Emmerson Mnangagwa.Foto: Zinyange Auntony/AFP/Getty Images

Na reunião foram discutidos dossiês de cooperação e desenvolvimento entre os dois países fronteiriços, assim como o conflito armado em Cabo Delgado, norte de Moçambique. Sem detalhes sobre a discussão do tema, Filipe Nyusi referiu aos jornalistas que a violência ou qualquer outro problema não pode travar o debate sobre o progresso.

"Nós não podemos resolver um problema, o segundo ou o terceiro [problema]. Temos de resolver tudo ao mesmo tempo: temos o terrorismo, mas o desenvolvimento não pode parar", concluiu.

Na despedida, Nyusi apontou para um reencontro com Emmerson Mnangagwa em Maputo, durante a cimeira extraordinária da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que deverá ser agendada até 20 de junho. 

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