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Moçambique: Governo garante "total empenho" contra ataques

DW (Deutsche Welle) | Lusa
1 de maio de 2021

Numa reunião com um alto representante da petrolífera Total, o Executivo moçambicano comprometeu-se em restaurar a segurança em Cabo Delgado para permitir a retoma do projeto de gás natural.

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Forças de Defesa e Segurança em Cabo Delgado
Homens das Forças de Defesa e Segurança no distrito de Palma, em Cabo DelgadoFoto: Roberto Paquete/DW

"Transmitimos à Total o nosso total empenho na restauração de condições de segurança favoráveis ao reatamento de todos os empreendimentos suspensos devido à ação dos terroristas em Cabo Delgado", avançou uma fonte do Governo de Moçambique.

Durante reuniões em Maputo esta sexta-feira (30.04), o Executivo moçambicano garantiu aplicar "total empenho" para restabelecer segurança em Cabo Delgado, norte do país, visando a retoma do projeto de gás da petrolífera. 

No encontro, estiveram presentes os ministros dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique, Max Tonela, e da Defesa, Jaime Neto, e o presidente para Pesquisa e Produção da Total, Arnaud Breuillac. 

A fonte ouvida pela agência de notícias Lusa avançou que os governantes moçambicanos e Arnaud Breuillac "manifestaram sintonia e confiança em relação à viabilidade dos projetos de gás na bacia do Rovuma".

Projetos sofrem atrasos

Na segunda-feira (26.04), a petrolífera francesa anunciou motivos de "força maior" para ter retirado todo o pessoal do norte de Moçambique, após o ataque armado de 24 de março à vila de Palma, junto ao projeto de gás.

Com arranque previsto para 2024, o projeto da Total está avaliado em 20 mil milhões de euros e é o maior investimento privado em curso em África. Neste projeto está ancorada boa parte das expetativas de desenvolvimento de Moçambique na próxima década.

O projeto de exploração de gás natural da Total no norte de Moçambique irá sofrer "pelo menos um ano de atraso", anunciou esta semana o diretor financeiro do projeto, Jean-Pierre Sbraire.

O arranque da exploração e exportação de gás natural está agora previsto para nunca antes de 2025, segundo as declarações do responsável. 

Projeto de gás natural da Total em Cabo Delgado

Mais de 30 mil deslocados

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), cerca de 30 mil pessoas tiveram que deixar a cidade costeira de Palma desde que foi atacada por grupos armados, em março. A agência da ONU expressou profunda preocupação "com as consequências humanitárias da rápida escalada da violência no norte de Moçambique".

"Estamos especialmente preocupados com a segurança e o bem-estar de pessoas em situação de maior vulnerabilidade, incluindo mulheres e crianças", diz a nota.

Dezenas de pessoas foram mortas durante os ataques, enquanto milhares fugiram a pé, por estrada e por mar. Acredita-se que muitos ainda não tenham conseguido deixar Palma.