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Guiné-Bissau: Intervenções cirúrgicas só com consentimento

cm | Lusa
10 de fevereiro de 2021

A Ordem dos Médicos da Guiné-Bissau diz que as cirurgias só devem ser feitas com o consentimento escrito do paciente, familiar ou acompanhante. É um recuo em relação a uma posição anterior que gerou uma forte polémica.

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Foto: Gilberto Fontes

A medida consta de um comunicado publicado esta quarta-feira (10.02) pela Ordem dos Médicos depois de uma reunião no Ministério da Saúde, em Bissau.

"Todos os atos médicos cirúrgicos a serem realizados devem ser acompanhados por um consentimento do paciente, familiar ou acompanhante", diz o comunicado citado pela agência de notícias Lusa. 

A orientação contraria um outro comunicado da Ordem dos Médicos, divulgado esta semana, em que se aconselhava todos os profissionais não especialistas a realizar cirurgias de emergência apenas com ordem judicial.

A Ordem dos Médicos justificava a recomendação com a "pressão exercida" sobre dois profissionais a seguir à morte do jovem ativista Bernardo Catchura, por alegada negligência médica. Em comunicado, a organização dizia ainda que "não se responsabiliza em caso de óbito surgido por falta de especialistas na cirurgia".

No entanto, esse apelo lançado pela Ordem dos Médicos gerou indignação no seio da sociedade civil e da comunidade médica.

Hedwis Martins, médico no maior hospital do país, o Hospital Simão Mendes, foi um dos que se posicionou contra a recomendação. "O nosso sistema de saúde tem fragilidades, tem deficiências enormes, mas temos de corrigir essas fragilidades. Não vamos atirar a raiva à população, que nada tem a ver com o que aconteceu no Simão Mendes relativamente à morte de Bernardo. Não foi a população que negou assistência ao Bernardo", afirmou em declarações à DW África.

No país, há um médico por seis mil habitantes.

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