O filho do ex-Presidente foi acusado de ter participado em 2015 numa reunião na qual um empresário, membro da influente família Gupta, teria proposto que o então vice-ministro das Finanças, Mcebisi Jonas, assumisse a liderança da pasta para que fossem facilitados favores comerciais à sua família.
Na ocasião, a quantia de 40 milhões de dólares terá sido oferecida a Jonas, segundo o próprio ex-vice-ministro, que também disse ter sido ameaçado de morte caso não aceitasse a oferta.
No entanto, esta segunda-feira (07.10), Duduzane Zuma, de 35 anos, desmentiu o depoimento do ex-vice-ministro das Finanças. Disse que não houve oferta de subornos e que a reunião com os Gupta não aconteceu.
Duduzane Zuma foi citado por várias testemunhas, incluindo ex-ministros, como um canal para a família Gupta, formada por empresários que supostamente estão envolvidos nas alegações de corrupção durante o mandato do ex-Presidente Jacob Zuma.
Amizade com a família Gupta
No entanto, perante a comissão de inquérito, o filho do ex-Presidente sul-africano, não negou ter relações com a família Gupta: "O senhor Tony Gupta é meu parceiro comercial e também um amigo muito próximo. Passamos muito tempo juntos todos os dias."
Jacob Zuma também testemunhou, em julho, nesta mesma comissão de inquérito, mas retirou-se alegando que havia sido "tratado como culpado", segundo os seus advogados. Porém, o ex-chefe de Estado concordou em colaborar com a comissão em breve.
O antigo Presidente da África do Sul foi forçado a renunciar ao cargo no início do ano passado por escândalos de corrupção relacionados à família Gupta, que terá assinado contratos lucrativos com empresas estatais e que poderia até escolher ministros para melhor atender aos seus interesses. No entanto, no seu primeiro depoimento na comissão de inquérito, Jacob Zuma negou as acusações e falou em "calúnias".
O sucessor de Zuma, o Presidente Cyril Ramaphosa, prometeu combater a corrupção na África do Sul, liderada pelo partido do ANC desde que Nelson Mandela chegou ao poder em 1994, após o fim do regime do apartheid.
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Nelson Mandela: Uma vida pela liberdade
Primeiro escritório de advocacia para negros
Nelson Rolihlahla Mandela nasceu em 18 de julho de 1918 na província do Cabo Oriental, na África do Sul. Já durante os estudos de Direito, mostrava-se politicamente ativo, lutando contra o sistema de segregação racial apartheid. Em 1952, passou a trabalhar no primeiro escritório de advocacia do país dirigido por negros – que oito anos mais tarde seria consumido por um incêndio.
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Nelson Mandela: Uma vida pela liberdade
Apartheid
O apartheid – a separação estrita entre negros e brancos na África do Sul, na época governada pela minoria branca – marcou a infância e juventude de Nelson Mandela. Seu pai lhe deu o nome Rolihlahla, que na língua xhosa significa "o que quebra ramos", ou, figurativamente, "agitador". A placa mostra uma "área branca" numa praia sul-africana.
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Nelson Mandela: Uma vida pela liberdade
O boxeador
Na juventude, Mandela foi um entusiasta do boxe. "No ringue, classe, idade, cor da pele e prosperidade não representam nada" – assim ele explicava o seu amor pelo esporte. Mesmo durante os anos de prisão, ele se manteve em boa forma física. Treinamento com pesos, abdominais e flexões faziam parte de seu programa diário.
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Nelson Mandela: Uma vida pela liberdade
Prisão perpétua
A polícia contém uma multidão reunida diante do tribunal onde se realizam as audiências contra Mandela e outros ativistas anti-apartheid, em 1964. No chamado Processo Rivonia, Nelson Mandela é condenado à prisão perpétua por suas atividades políticas.
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Nelson Mandela: Uma vida pela liberdade
Décadas de confinamento
A vida em cinco metros quadrados: nesta pequena cela na Ilha de Robben, Mandela passa 18 de um total de 27 anos de pena. Ele é o detento número 46664. "Lá, eu só era conhecido como um número", comentou, após sua libertação em 1990.
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Nelson Mandela: Uma vida pela liberdade
A luta continua
Enquanto Nelson Mandela estava na prisão, outros faziam avançar a luta contra o apartheid, sobretudo a sua então mulher, Winnie Mandela (c.). Ela se tornou líder ativista contra o governo minoritário branco.
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Nelson Mandela: Uma vida pela liberdade
Apoio mundial
No Estádio de Wembley, em Londres, promove-se em julho de 1988 um concerto beneficente por Mandela. Músicos de renome internacional celebram seu 70º aniversário e protestam contra a segregação racial. Cerca de 70 mil espectadores assistem no estádio às dez horas de show, outras centenas de milhares acompanham pela televisão o evento transmitido para 60 países.
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Nelson Mandela: Uma vida pela liberdade
Enfim, livre
Após 27 anos de prisão, Nelson Mandela é libertado em 11 de fevereiro de 1990. Ele e a esposa Winnie erguem os punhos em sinal de orgulho pela luta de libertação negra contra o regime de minoria branca do apartheid.
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Nelson Mandela: Uma vida pela liberdade
Retorno à política
De volta à liderança do Congresso Nacional Africano (CNA), em maio de 1990 Mandela inicia as primeiras conversas com o então presidente sul-africano, Frederik Willem de Klerk (e.). Juntos, eles preparam o caminho para uma África do Sul sem apartheid. Por esses esforços, ambos são laureados com o Prêmio Nobel da Paz em 1993.
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Nelson Mandela: Uma vida pela liberdade
Companheiros de luta
Oliver Tambo (e) und Walter Sisulu (d) contam entre os companheiros mais próximos de Mandela. Em 1944, fundaram a ala jovem do CNA e organizaram manifestações contra o regime racista. Sisulu foi condenado à prisão perpétua, juntamente com Mandela; Tambo passou 30 anos no exílio, principalmente em Londres. Após 1990, todos os três ocuparam cargos de liderança no CNA.
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Nelson Mandela: Uma vida pela liberdade
Posse como presidente
Em 10 de maio de 1994, a África do Sul escreve história: após as primeiras eleições livres e democráticas, Nelson Mandela é eleito primeiro chefe de Estado negro do país. Ele permanece no cargo até 1999, quando passa a presidência ao seu herdeiro político, Thabo Mbeki.
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Nelson Mandela: Uma vida pela liberdade
Reconciliação em vez de vingança
Para esclarecer os crimes do apartheid, Mandela cria a Comissão da Verdade e Reconciliação em 1996. O arcebispo sul-africano e futuro Prêmio Nobel da Paz Desmond Tutu é indicado para presidi-la. A atuação da comissão não fica livre de críticas: muitas vítimas não conseguem aceitar que basta os criminosos admitirem seus atos publicamente para ficarem impunes.
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Nelson Mandela: Uma vida pela liberdade
A caminho da Copa 2010
Em 15 de maio de 2004, a África do Sul é escolhida como sede da Copa do Mundo de Futebol de 2010. Orgulhoso, Nelson Mandela ergue a taça. O país inteiro o aclama, em júbilo, como aquele que abriu os caminhos para o grande evento esportivo. Tratou-se do primeiro Mundial de futebol realizado em solo africano.
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Nelson Mandela: Uma vida pela liberdade
Sombras sobre a Nação do Arco-Íris
Em 2008, a xenofobia e a violência eclodem em diversos bairros pobres das metrópoles sul-africanas. A brutal caça aos imigrantes leva à morte de várias pessoas. Muitos se perguntam: terá fracassado a "Nação do Arco-Íris" fundada por Mandela, em que todos deveriam conviver em paz?
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Nelson Mandela: Uma vida pela liberdade
Da política à família
Nos últimos anos de vida, Nelson Mandela ficou mais afastado dos palcos públicos, recolhendo-se cada vez mais ao círculo familiar. Aqui, em 2011, ele festeja seus 93 anos, ao lado dos netos e bisnetos.
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Nelson Mandela: Uma vida pela liberdade
Funeral de Nelson Mandela
A 5 de dezembro de 2013, "Madiba" morreu em Joanesburgo. Dez dias mais tarde, teve lugar a cerimónia de despedida de Mandela na localidade de Qunu onde passou a sua juventude. Velas iluminaram um perfil do líder sul-africano. O luto foi universal: nos EUA, o então Presidente Barack Obama mandou hastear as bandeiras a meio mastro. Em 18 de julho de 2018, teria festejado o seu 100° aniversário.
Autoria: Ludger Schadomsky / Katrin Matthaei