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Deslocados têm transtornos psicológicos acumulados, diz ONG

Lusa
30 de agosto de 2021

Médicos Sem Fronteiras deteta transtornos e traumas em deslocados em Cabo Delgado. Danos são notados aos poucos nos acampamentos: "Muitas vezes é durante as atividades recreativas que se manifestam", diz médico.

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Mosambik | Provinz Nampula | Vertriebene Kinder Opfer von Terrorismus
Foto: Roberto Paquete/DW

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou esta segunda-feira (30.08) para a existência de transtornos e traumas graves entre as populações deslocadas devido ao conflito armado em Cabo Delgado, destacando a necessidade do reforço do apoio a projetos de assistência psicossocial.

No total, os números oficiais apontam para existência de mais de 800 mil deslocados dos distritos do norte da província nos últimos quatro anos de conflito armado em Cabo Delgado, pessoas que perderam quase tudo e procuram refúgio nos vários centros de acolhimento criados pelas autoridades ou em casas de familiares e amigos nas consideradas zonas seguras, no sul da província.

"Eles têm de morar em acampamentos improvisados, por vezes sem condições de água e saneamento. São vários transtornos psicológicos acumulados", frisou Sérgio Cabral, médico coordenador da organização não-governamental (ONG) em Cabo Delgado, Norte de Moçambique.

Mosambik Cabo Delgado | Flüchtlinge in Cabo Delgado nach Terror Angriff in Palma
Preocupação com saúde mental surge nos acampamentosFoto: DW

Reforço no apoio

Embora sejam pessoas "muito resilientes e fortes psicologicamente", as populações estão gravemente traumatizadas, disse o médico.

Para Sérgio Cabral, com a tendência para a normalização da situação nos últimos meses, com a reconquista de pontos importantes que eram dominados pelos grupos insurgentes e os ensaios para reconstrução nas zonas afetadas pelo conflito, um reforço no apoio de projetos de ajuda psicossocial é fundamental para a saúde das populações deslocadas.

"Muitas vezes é durante as atividades recreativas que estes problemas se manifestam", frisou.

Além do drama dos traumas psicológicos, nos centros de acolhimento e em casas de famílias acolhedoras de deslocados, a malária está entre os principais desafios das populações, com os números a mostrarem quase 30 mil casos confirmados de um total de 80 mil consultas feitas pelas clínicas móveis da MSF nos últimos seis meses.

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