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Covid-19: Casos do novo coronavírus espalham-se em África

kg | Lusa | EFE | Reuters
14 de março de 2020

Pelo menos 19 países registam ao todo cerca de 200 casos da Covid-19 no continente africano. Em 48 horas, infeções pelo coronavírus foram detetadas no Ruanda, Mauritânia, Namíbia, Quénia e Etiópia.

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Passageiros de autocarro protegem-se com máscaras em Abidjan
Foto: Reuters/T. Gouegnon

O novo coronavírus está a espalhar-se no continente africano, segundo as últimas informações das autoridades de saúde. Nas últimas 48 horas, novos casos da Covid-19 foram registados em países como a Namíbia, Ruanda, Mauritânia, Quénia e Etiópia. Em todo o continente, pelo menos 19 países tem casos de infeção pelo vírus Sars-CoV-2.

As autoridades de saúde da Namíbia confirmaram este sábado (14.03) dois casos de coronavírus. Um casal da Espanha que chegou ao país na quarta-feira passada testou positivo. Os dois pacientes foram colocados em quarentena.

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O Presidente da Namíbia, Hage Geingob, disse que o Governo vai implementar várias medidas para conter um eventual surto da doença no país. Todos os eventos de grande aglomeração de pessoas estão suspensos por 30 dias, assim como viagens para o Qatar, Etiópia e Alemanha.

As comemorações da Independência da Namíbia, agendadas para 21 de março, também foram canceladas, mas a cerimónia de investidura do Presidente no seu segundo e último mandato vai ser mantida.

O Reino de eSwatini – antiga Suazilânia –, Etiópia e Ruanda também registaram os primeiros casos do coronavírus em seus territórios. No Ruanda, o paciente é um cidadão de Bombaim, na Índia, que chegou ao país sem apresentar sintomas a 8 de março.

Na Mauritânia, um turista proveniente da Europa teve o teste positivo. As autoridades não forneceram detalhes sobre a nacionalidade do paciente e simplesmente informaram que a pessoa chegou à Mauritânia na segunda-feira passada (09.03).

O Ministério da Saúde da Mauritânia acrescentou que o paciente foi testado pelas autoridades sanitárias quando começou a apresentar sintomas de febre. Imediatamente depois, foram lançadas medidas de busca e isolamento para todas as pessoas que tiveram contato com ele.

Evolução da Covid-19 em África

Apesar dos novos casos, o continente africano é o menos afetado pela pandemia em relação ao resto do planeta. Dos 200 casos registados em África, contabilizam-se seis mortes. 

No Marrocos, as autoridades decretaram esta sexta-feira (13.03) a suspensão das aulas em todos os níveis de ensino a partir da próxima segunda-feira (16.03), devido ao novo coronavírus. A decisão é válida por um tempo indeterminado.

Pessoas a usar máscaras em fila de hospital na Costa do Marfim
A Costa do Marfim registou o primeiro caso da Covid-19 a 11 de marçoFoto: AFP/I. Sanogo

Segundo um comunicado do Ministério da Educação Nacional, a decisão afeta todos os estabelecimentos de ensino primário e secundário, os centros de formação profissional e as universidades, públicos ou privados.

A decisão abrange também todos os centros culturais e as missões estrangeiras que operam no país magrebino, designadamente os diferentes centros do Instituto Cervantes e os colégios espanhóis de Rabat, Casablanca, Tanger, Tetuão, Larache, Alhucemas e Nador.

Ainda esta sexta-feira, o Sudão confirmou que um homem de 50 anos que morreu na quinta-feira (12.03) na capital Cartum estava infetado com o coronavírus. Este foi o primeiro caso registado no Sudão. A vítima tinha feito uma visita aos Emirados Árabes Unidos na primeira semana de março.

O Sudão parou de emitir vistos e suspendeu voos para outros países considerados de risco, entre eles, a Itália e o Egito. O Egito foi o primeiro país em África a confirmar um caso de coronavírus e contabiliza pelo menos duas mortes e 80 casos da Covid-19.

Falta de acesso a higiene

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alertou que 40% da população mundial, o equivalente a três bilhões de pessoas, não têm sabão e água em casa para lavar as mãos. Essa proporção sobe para quase 75% nos países menos desenvolvidos.

Pessoa a lavar as mãos com água e sabão
Lavar as mãos é fundamental para a prevenção Foto: Imago Images/M. Westermann

O principal apelo das autoridades de saúde é que as pessoas lavem as mãos com frequência para evitar o aumento dos casos do coronavírus.

"Lavar as mãos com sabão é uma das coisas mais baratas e eficazes que você pode fazer para se proteger e proteger os outros contra o coronavírus e muitas outras doenças infeciosas. Entretanto, para bilhões de pessoas, até mesmo essas medidas básicas estão fora de alcance", disse o diretor de programas do UNICEF, Sanjay Wijesekera, num comunicado.

O problema não se limita aos lares, já que 47% das escolas carecem de locais para lavar as mãos com água e sabão, afetando cerca de 900 milhões de crianças. Em todo mundo, 16% das instalações médicas não têm banheiros ou lavatórios. Na África Subsaariana, até 63% dos residentes urbanos vivem sem acesso a instalações para lavar as mãos.