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Forças de defesa travam combate em perseguição a terroristas

Lusa
1 de fevereiro de 2024

As Forças de Defesa e Segurança moçambicanas estão a combater e perseguir grupos terroristas a partir das matas do distrito de Meufi, na província de Cabo Delgado, disse hoje fonte da Força Local.

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Força Local em Cabo Delgado
Fonte da Força Local fiz que se registaram feridos do lado dos terroristasFoto: DW

De acordo com fonte da Força Local, tratam-se de terroristas que alegadamente fugiram do distrito de Quissanga, passando pelas comunidades de Nanlia e Impiri, no distrito de Metuge, tendo uma força mista composta por militares e membros da Força Local interpelado os insurgentes na terça-feira, nas matas da aldeia de Mancuaia, onde decorreram combates.

“Após passarem pelas aldeias de Nanlia e Impiri, as autoridades militares tomaram conhecimento e destacaram um grupo para perseguir os rebeldes. E foi o que aconteceu, perseguimos, e nas matas de Mancuaia foi possível a troca de tiros”, disse um membro da Força Local envolvido nas operações, que pediu para não ser identificado.

A mesma fonte acrescentou que se registaram feridos do lado dos terroristas, mas não adiantou informação sobre baixas entre os militares: “Só posso garantir que saímos vitoriosos, alvejamos alguns terroristas, mas nada posso avançar sobre mortes ou feridos da nossa parte. Mas foi positivo”.

Deslocados na  província de Cabo Delgado
Comunidades de Mancuaia, Sasalane e Sambene têm estado a abandonar as suas residências para a sede distrital de Mecúfi e PembaFoto: Alfredo Zuniga/AFP

Comunidades abandonam residências

Desde terça-feira (30.01) que as comunidades de Mancuaia, Sasalane e Sambene, assim como de alguns acampamentos a pelo menos 100 quilómetros da cidade de Pemba, têm estado a abandonar as suas residências, para a sede distrital de Mecúfi e Pemba, com receio de novos ataques.

“Transferi o meu filho para a escola primária e secundária Samora Machel de Pemba. A situação não está boa lá”, relatou à Lusa, a partir de Pemba, um homem de 45 anos, que descreve o cenário em Mecúfi como incerto.

Fontes locais relatam que pelo menos quatro membros da Força Local ficaram feridos nos combates, além da destruição de uma viatura das Forças de Defesa e Segurança, após caírem numa emboscada.

Durante a fuga, os terroristas tinham raptado um casal de camponeses nos campos de produção de Nanlia, que foram libertados horas depois.

“Encontraram-nos na nossa machamba [campo agrícola], e perguntaram a via para Mecúfi, eu disse que não sabia, então deram-nos as bagagens para carregar acerca de 20 quilómetros e deixaram-nos voltar”, explicou uma das vítimas, de 42 anos, a partir de Nanlia.

Durante a caminhada, os terroristas disseram que não voltarão a matar as populações, acrescentou, alegando que a luta é para os proteger da opressão: “Disseram-nos para não termos medo, estão a lutar para o bem-estar do povo”.

Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique
Filipe Nyusi reconheceu que os terroristas tentam agora "outras formas de desestabilização"Foto: DW

"Viagem de pregação"

O grupo terrorista Estado Islâmico anunciou esta semana que está em curso uma “viagem de pregação” no norte de Moçambique, onde se multiplicam notícias de contactos entre insurgentes e a população nas últimas semanas.

Populares de Mucojo disseram em 23 de janeiro à Lusa que aquele posto administrativo em Cabo Delgado está controlado por um grupo de terroristas. Aquele posto administrativo, no distrito de Macomia, dista 40 quilómetros da sede distrital e desempenha um papel importante na região, por ser ponto de saída do pescado, tendo sido palco de diversos confrontos com os militares nas últimas semanas.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, visitou na sexta-feira uma posição da Força de Intervenção Rápida no distrito de Metuge, reconhecendo que os terroristas tentam agora "outras formas de desestabilização".

No mesmo dia, um grupo de quase 50 terroristas foi visto pelas populações a atravessar a estrada Nacional 1, entre as aldeias Nanlia e Impriri, no distrito de Metuge, disse à Lusa um líder comunitário, com fontes locais a suspeitarem que o grupo se dirigia à vizinha província de Nampula, alegadamente para recrutar novos membros.

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