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“Maratona de caça” ao voto começa amanhã (31.08)

30 de agosto de 2019

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) já disponibilizou 180 milhões de meticais (cerca de 2.5 milhões de euros) para financiar a campanha dos partidos políticos. Mas também apela para uma campanha eleitoral ordeira.

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Mosambik Nampula Wahlen
Foto de arquivoFoto: DW/S. Lutxeque

Está tudo a postos  para o arranque da campanha eleitoral para as eleições gerais de 15 de outubro próximo. A "maratona de caça” ao voto inicia amanha 31.08 e termina no dia 12 de outubro, três dias antes da votação.

A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), são os únicos partidos políticos que concorrem em todos os 13 círculos eleitorais, sendo 11 no país e dois na diáspora (África do Sul e o resto do mundo), no total de 26 partidos políticos e grupos de cidadãos concorrentes.

Filipe Nyusi pela FRELIMO, Ossufo Momade pela RENAMO, Daviz Simango (MDM) e Mário Albino pela Ação de Movimento Unido para Salvação Integral (AMUSI), disputam o cargo de Presidente da República. Dentre os três candidatos dos partidos com assentos no Parlamento, Ossufo Momade é o estreante na corrida ao Palácio da Ponta Vermelha.

Na história do multipartidarismo em Moçambique, a eleição deste ano é a primeira que a RENAMO concorre sem o seu histórico líder Afonso Dhlakama (falecido em maio de 2018), o qual, participou em cinco pleitos eleitorais, defrontado Joaquim Chissano (1994 e 1999), Armando Guebuza (2004 e 2009) e Filipe Nyusi (2014).

 Disponibilidade de fundos

Para a campanha eleitoral que arranca este sábado (31.08), a Comissão Nacional de Eleições (CNE) garante que todas as condições estão asseguradas, segundo disse em entrevista à DW África, Paulo Cuinica, porta-voz do órgão.

Mosambik Paulo Cuinica Sprecher CNE
Paulo Cuinica, porta-voz da CNEFoto: DW/R. da Silva

Cuinica assegurou que foram disponibilizados 180 milhões de meticais (cerca de 2.5 milhões de euros) para o financiamento da campanha aos partidos políticos.

"Este valor é dividido igualmente para as três eleições presidenciais, Assembleia da República e Assembleias provinciais, no valor de 60 milhões (cerca de 857 mil euros) para cada eleição”, disse Cuinica, acrescentando que "para a eleição do Presidente da República os quatro candidatos dividem em parte iguais os 60 milhões [15 milhões para cada, cerca de 214 mil euros]. É desta maneira que estamos preparados”, garante Cuinica.

Mosambik Vorwahlkampf für die Parlamentswahlen
Foto de arquivo: Cruzamento de caravanas da FRELIMO e da RENAMOFoto: DW/L. da Conceição

Os partidos políticos concorrentes vão nestes 42 dias procurar divulgar os seus manifestos para os pouco mais de 12 milhões de eleitores inscritos nestas sextas eleições gerais em Moçambique, as quais vão eleger 250 deputados para Parlamento moçambicano, 794 membros das assembleias provinciais e pela primeira vez 10 governadores provinciais. De referir que a cidade de Maputo, e os dois círculos eleitorais da diáspora não elegem membros das assembleias provinciais e governadores. Campanha ordeira

A Comissão Nacional de Eleições pretende que a campanha eleitoral deste ano seja mais ordeira, por isso afirma que "estamos a capacitar jornalistas para que possam ter uma cobertura da campanha eleitoral com isenção”, informou Cuinica, para quem "também existe uma capacitação específica para agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) para que possam garantir a proteção das caravanas de caça ao voto”.

É olhando para importância que este pleito terá, que a CNE apela aos partidos políticos e grupos de cidadãos que transformem a campanha eleitoral num momento de festa, de acordo com Paulo Cuinica.

"Como gesto de paz, harmonia e reconciliação apelamos aos candidatos para que em caso de cruzamento de caravanas, sejam os primeiros a se abraçarem para transmitirem a mensagem de que estamos em momento de festa e de reconciliação nacional”, disse Cuinica.

Tudo a postos para o início da campanha para as eleições em Moçambique

Expetativa dos partidos

A FRELIMO; RENAMO e MDM, partidos com assento no Parlamento também almejam uma campanha eleitoral sem confrontações.

Em entrevista à DW África, Caifadine Manasse, porta-voz da FRELIMO (partido no poder), disse que a sua formação política está a preparar-se para tornar a campanha numa festa. "Estamos a trabalhar para que tudo corra bem no sábado (arranque da campanha) até ao último dia”, garante Caifadine Manasse.

Para a RENAMO, esta campanha tem um significado especial, até porque é o momento de promover o novo líder do partido Ossufo Momade. José Manteigas, porta- voz do partido garante que "estamos a afinar a nossa máquina de campanha. E estamos a capacitar os nossos ativistas para que de forma cívica e ordeira participemos da campanha eleitoral que inicia amanhã”.Por seu turno, o MDM através do seu porta-voz, Sande Carmona espera que "a campanha seja ordeira, que todos os concorrentes participem em igualdade de circunstâncias”, diz Carmana, alertando que "esperamos que desta vez a FRELIMO não use as Forças de Defesa para repelir os adversários políticos”.

MDM Fahne
Foto de arquivoFoto: Ismael Miquidade

"Maratona de caça" ao voto

Os três candidatos presidenciais iniciam a "caça” ao voto na zona centro do país. O candidato da FRELIMO, Filipe Nyusi inicia a maratona de campanha, com um showmício na cidade da Beira, neste sábado. Enquanto isso, Daviz Simango e Ossufo Momade, escolheram a província da Zambézia, para o arranque da caça ao voto. O líder do MDM tem um showmício marcado para a tarde deste sábado na cidade de Gurúe. E Ossufo Momade orienta o seu primeiro showmício no dia 03 de Setembro, na cidade de Quelimane.