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PolíticaBotswana

"Próxima revolução industrial pertence a África"

Ben Fajzullin | rl
27 de janeiro de 2019

Em entrevista exclusiva à DW, o Presidente do Botswana, Mokgweetsi Masisi, afirmou que o desenvolvimento africano depende da digitalização do continente e de melhores infraestruturas e oportunidades de educação.

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Botswana Vize-Präsident Mokgweetsi Masisi
Foto: Imago/Xinhua

Em entrevista exclusiva à DW, à margem do Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suiça, que terminou na sexta-feira (25.01), Mokgweetsi Masisi, Presidente do Botswana, disse-se satisfeito com a representação do continente africano neste evento e garantiu que serão as nações africanas que estarão no comando da próxima "revolução industrial".

Deutsche Welle (DW): As nações africanas foram deixadas para trás na última revolução industrial. O que acontecerá nesta próxima revolução industrial que foi abordada aqui no Fórum Económico Mundial? Vão as nações africanas acompanhá-la?

Mokgweetsi Masisi (MM): Não. Elas não a vão acompanhar. [A próxima revolução industrial] pertence-lhes.

DW: Está extremamente confiante nisso...

MM: Repare. África tem a maior fatia dos recursos naturais e minerais. E tem, por outro lado, recursos humanos, muitos jovens. Então, digitalize África, melhore as insfraestruturas, a educação, e terá milhões de mentes criativas a fazer coisas que nunca foram feitas no mundo.

DW: O potencial é enorme, mas onde irá buscar o financiamento para isso?

MM: Se nós vendermos [ao Ocidente] e vocês comprarem a um preço justo aquilo que nós possuímos mais do que vocês, nós beneficiaremos com isso. E começaremos a desenvolver a economia do conhecimento. Por que é que não ficaríamos ricos? Vocês não iriam querer negociar connosco? Porque a resposta para a vossa prosperidade a longo prazo é a África.

DW: Olhando para o Botswana, vemos que as exportações estão em baixa. Como pensa enfrentar os desafios referentes ao financiamento? Como vai garantir que o Ocidente invista no Botswana?

MM: Com isto não quero dizer que esta é uma solução fácil. Falo de um nível estratégico a longo prazo. Nós temos um orçamento pequeno, por isso apostamos nas parcerias, onde já temos histórico, para expandir esse orçamento. Procuraremos fazer coisas semelhantes, mas também convidar o setor privado a investir.

DW: Alguma última declaração sobre as suas esperanças no Fórum Económico Mundial?

MM: A minha esperança é que voltemos a Davos e que nos envolvamos mais. Esperamos trazer uma equipa maior para se envolver de forma mais significativa - mais focada nas nossas prioridades.