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UE debate contingente militar a ser enviado a Cabo Delgado

2 de setembro de 2021

Estados europeus reúnem-se para definir apoio e contingente que cada um vai colocar à disposição para treinamento de militares moçambicanos. Militares portugueses já estão a dar formação em Cabo Delgado.

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BG I Alltag und Militarismus in Cabo Delgado
Foto: Roberto Paquete/DW

Os estados europeus reuniram-se nesta quarta-feira (01.09) para começar a definir os apoios e os contingentes que cada estado membro vai colocar à disposição de Moçambique para o treinamento de militares locais. 

A primeira conferência da Missão de Treino das Forças Armadas (MTFA) moçambicanas ocorreu esta quarta-feira (01.09) para definir o efetivo que cada estado membro enviara a Moçambique. , liderada por Portugal e foi avaliada como "bem-sucedida” por uma fonte do Ministério da Defesa português. A MTFA foi criada em junho desde ano pelo Conselho de Negócios Estrangeiros da União Europeia.

Esta missão de médio e longo prazo oferece vantagens a Moçambique, essencialmente contribuindo para o reforço da segurança na região norte do país, avalia Luís Bernardino, investigador do Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa (IUL).

Mosambik | Moeda Cabo Delgado | Streitkräfte
Militares moçambicanos terão formaçãoFoto: Roberto Paquete/DW

"O reafirmar do compromisso da UE na ajuda a Moçambique é sombra de dúvidas importante para que o país rapidamente recupere a sua condição de segurança”, explica Bernardino. O investigador considera ainda que "a capacidade operacional das Forças Armadas e de Defesa de Moçambique sairá reforçada com esta participação da União Europeia”.

O analista de assuntos militares julga notório o "engajamento da comunidade internacional na questão de Moçambique”, nomeadamente da União Europeia, que "assume no terreno esta missão contribuindo para resolução do problema de segurança”. 

Apoio em duas fases 

O ministro português da Defesa, João Gomes Cravinho, informou que, nos próximos dias, o brigadeiro general Nuno Lemos Pires, chefe da missão da União Europeia, deverá deslocar-se à Moçambique. A finalidade da viagem é acompanhar no terreno a formação do exército moçambicano, que está a ser treinado nas áreas da proteção civil e do restabelecimento da segurança na província. Em Cabo Delgado, a crescente onda de insurgência jiadista tem aterrorizado a vida das populações desde 2017. 

Gomes Cravinho disse à DW em Lisboa que Moçambique precisa de dois níveis de apoio. O primeiro é o reforço imediato no terreno para o combate aos insurgentes. "Isso está a acontecer particularmente com o apoio do Ruanda, também da SADC”, relembra. A ajuda a longo prazo seria dois anos de instrução das forças armadas locais para fazer atuar independentes frente a esse tipo de situação. "Essa tem sido a missão portuguesa que, desde maio, já está no terreno a fazer formação”, conta Cravinho.

Portugal Lissabon Joao Gomes Cravinho und Jaime Neto
Em maio, Cravinho e o ministro moçambicano Jaime Neto assinaram acordo de defesaFoto: João Carlos/DW

Segundo o ministro português da Defesa, a partir de início de outubro a Missão de Formação da União Europeia trabalhará no mesmo sentido. Gomes Cravinho considera, por outro lado, que a crise no Afeganistão reforça a determinação em evitar que os ataques terroristas se alastrem em Moçambique.  

Luta contra o terrorismo em vária frentes

O ministro português da Defesa garante que apesar do empenho de Portugal no esforço de acolhimento dos refugiados afegãos, prevalece o compromisso de Lisboa em relação ao apoio a Moçambique. "Ficou muito claro para todos que o combate ao terrorismo não termina aqui. Muito pelo contrário. Nós temos uma obrigação de evitar que o terrorismo possa estabelecer bases onde quer que seja”, pontua.

Cravinho falou à DW e à RTP-África após a chegada a Portugal do primeiro grupo de refugiados afegãos, cuja evacuação contou com a ajuda de Espanha, França e Alemanha, parceiros da coletividade da NATO.

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