Sudão: Assinatura do acordo para transição é adiada
1 de abril de 2023Khaled Omar Youssef, um dos funcionários civis presos durante o golpe de estado do General Abdel Fattah al-Burhan, hoje porta-voz do processo político que reúne militares e civis, anunciou neste sábado uma nova reunião.
Após semanas de encontros sobre as várias questões espinhosas que dividem os militares, paramilitares e civis, todos eles deveriam reunir-se hoje para a assinatura de um documento final delineando a transição para um governo civil e eventualmente a eleição de instituições democráticas.
Em vez disso, estão reunidos para "acordar uma nova data para a assinatura do acordo político final, que não pôde ser assinado" devido "à falta de consenso sobre certas questões", disse Youssef numa declaração.
Luta pelo poder
Desde o fim da ditadura de Omar al-Bashir em 2019, a luta pelo poder no Sudão tem sido entre civis e militares. Hoje, dois generais disputam a liderança: Burhan e o seu segundo no comando, Mohamed Hamdane Daglo, conhecido como o chefe das Forças de Apoio Rápido (RSF).
A reforma das forças de segurança, ou seja, a integração dos paramilitares nas tropas regulares, é o ponto de discórdia entre os dois homens.
Na semana passada, ambos tinham aparecido lado a lado em Cartoum para a abertura de discussões sobre esta reforma. Mas os dois homens já não estavam presentes hoje, nem a maioria dos seus tenentes próximos, ao final das discussões que, segundo os observadores, estão paradas, uma vez que os dois generais não têm o mesmo calendário ou modalidades para a integração dos paramilitares.