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Covid-19: Prostitutas da Gâmbia pedem ajuda para sobreviver

Omar Wally
25 de abril de 2020

As restrições impostas para evitar a propagação do novo coronavírus estão a afetar as profissionais do sexo. Na Gâmbia, as prostitutas estão a pedir apoio do Governo.

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Foto: picture-alliance/maxppp

Desde que o Presidente da Gâmbia, Adama Barrow, ordenou o fechamento de bares, restaurantes e boates, as prostitutas do país estão a lutar para sobreviver. A maior parte dessas profissionais é jovem e não tem um emprego formal.

Apesar da pandemia da Covid-19, algumas prostitutas continuam a esperar por clientes no "Senegâmbia", um destino popular para o turismo sexual na zona costeira de Kololi.

"[Eu comecei a trabalhar] quando eu tinha 19 anos devido às dificuldades de vida aqui em África. Se você não se prostitui, não tem  dinheiro suficiente para pagar as contas, comprar roupas e viver bem. Os meus pais não têm muito dinheiro, então, eu tive de sair de casa e ir para as ruas", conta uma profissional do sexo de 28 anos.

Antes das restrições impostas na Gâmbia para conter a propagação do novo coronavírus, essa profissional ganhava entre 100 e 200 euros por noite. Mas, com a pandemia, o número de clientes diminuiu.

"Agora que o novo coronavírus está por toda parte, todos os sítios estão fechados e alguns clientes dizem que não têm dinheiro. Eles me perguntam porque eu não posso aceitar 35 euros pelos meus serviços. Portanto, não é fácil", sublinha.

Trabalhadores do sexo, vítimas colaterais do coronavírus

Busca de alternativas

Para manter os negócios ativos, essa gambiana busca alternativas. "Não há para onde ir. É possível ficar em casa, quando algum cliente liga. O cliente pode vir até a sua casa. O dinheiro não é muito. Estou a pagar o aluguel e sou mãe. Eu tento cuidar dos meus filhos e eles não têm um pai que possa cuidar deles", afirma.

Yusuf Taylor, advogado da sociedade civil na Gâmbia, diz que a prostituição é a profissão mais antiga do mundo e que as profissionais devem receber apoio durante este período de confinamento devido à pandemia. 

"A Covid-19 e o estado de emergência estão a afetar a todos. As prostitutas precisam receber um fundo de ajuda para poder sobreviver durante este período. Não se pode pedir às pessoas que fiquem em casa se elas não têm uma fonte de renda", sublinha.

Com as atuais dificuldades, a gambiana tem a esperança de um dia parar de trabalhar como prostituta. "Eu quero bastante, porque estou a ficar mais velha e não estou a ficar mais jovem. A menos que tenha sorte e um homem fique comigo e pague o aluguel, tenho que continuar com a prostituição", afirma.

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