Conflito na RDC é o principal destaque sobre África na imprensa alemã
O Süddeutsche Zeitung e o Die Tageszeitung destacam o conflito na República Democrática do Congo. Este último classifica os confrontos da semana como as mais duras batalhas ocorridas no país nos últimos anos.
Os capacetes azuis estão empregando helicópteros ucranianos em vôos rasantes, artilharia do exército da Tanzânia e forças especiais sul-africanas nos combates contra os rebeldes do M23.
Todo o aparato militar trabalha em conjunto com o exército congolês. A matéria "As perigosas batalhas das três antenas" cria um aspecto "quase mítico" ao confronto, relatando a importância do controle das colinas de Kibati, à fronteira com o Ruanda.
De lá, o M23 pode alvejar a cidade de Goma, a 15 quilômetros ao Sul, ou o Governo e as Nações Unidas podem barrar iniciativas dos rebeldes. As colinas são conhecidas como "Três Antenas" devido à quantidade de antenas de telefonia móvel instaladas no local.
Nova vaga de refugiados
O mesmo Die Tageszeitung publicou a reportagem "Os Islamistas saíram, mas o medo continua lá". A matéria é assinada por Ilona Eveleens e foi produzida nas cidades de Konna e Mopti, no Mali.
O texto trata das marcas do conflito que teve lugar no período em que os radicais estiveram no controle da região. A correspondente explica que as chagas dos confrontos ainda não foram curadas. Muitos vilarejos foram abandonados e acima de tudo, os fundamentalistas ainda influenciam a região.
O Süddeutsche Zeitung relata a dramática situação da República Centro-Africana, um país que, segundo o jornal, está muito distante dos olhos do mundo. Destaca que o país vive neste momento uma nova crise de refugiados.
Um território rico em diamantes e madeiras tropicais. O jornal levanta que são recursos que podem servir também para financiar rebeldes. O jornal reporta a movimentação de três mil pessoas no aeroporto da capital Bangui, buscando segurança no local guarnecido pelo exército francês. Aparentemente quase todos os habitantes de um distrito a Norte da cidade fugiram do grupo armado Séléka.
Projeto megalomaníaco
O mesmo Süddeutsche Zeitung apresenta a matéria intitulada "O universo de diversão de Mugabe", de Tobias Zick. O texto destaca que o ditador zimbabueano pretende montar um parque de 220 milhões de dólares em Victória Falls, um dos maiores conjuntos de quedas de água do mundo. O projeto é apelidado como a "Disneylândia Africana". Conforme o jornal, seria um universo paralelo e absurdo em relação ao resto do país.
O parque seria construído junto à fronteira com a Zâmbia, uma vez que as quedas de água marcam a divisa entre os dois países. Ambos os países foram anfitriões da Conferência do Turismo Mundial, promovida pela Organização Mundial do Turismo (OMT), que é uma agência especializada das Nações Unidas.
O Frankfurter Allgenmeine Zeitung noticiou também a situação dos estudantes da Libéria que não foram aprovados nos exames de acesso à Universidade. São 25 mil estudantes que tiveram suas carreiras acadêmicas encerradas antes mesmo de começarem.
O porta-voz da Universidade da Libéria, Momodu Getaweh, disse que nenhum candidato passou na prova obrigatória de inglês. O ministro da Educação, Etmonia David Tarpeh, disse que ficou chocado com a reprovação de 100 por cento e disse que a universidade tem que estar em sintonia com a realidade da sociedade do país.