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Blinken inicia em Cabo Verde périplo que termina em Angola

Benjamin Alvarez Gruber | tm | com agências
22 de janeiro de 2024

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, inicia esta segunda-feira uma visita a quatro países da África subsaariana. A agenda começa em Cabo Verde e termina em Angola, para reafirmar compromisso dos EUA.

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Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano
Antony Blinken, secretário de Estado norte-americanoFoto: Evelyn Hockstein/Pool/AP/picture alliance

O périplo africano de Antony Blinken servirá para reafirmar o compromisso dos EUA com os seus parceiros da África Ocidental, em especial os quatro países da agenda de visita, segundo fontes oficiais.

Em entrevista à DW, o embaixador norte-americano Johnnie Carson, conselheiro sénior do Instituto para a Paz dos Estados Unidos, diz que a visita de Blinken quer demonstrar o interesse norte-americano no desenvolvimento africano, independentemente de questões globais.

"Trata-se de um esforço para demonstrar que o governo dos EUA pretende continuar a desenvolver as suas relações com África, apesar dos compromissos com a Ucrânia no conflito com a Rússia, e também devido à atenção dos EUA para o conflito israelita em Gaza", afirmou.

"Penso que é um esforço para demonstrar a África que os EUA não perderam o interesse pelo continente, apesar da sua preocupação com outras questões globais", acrescentou o diplomata.

Arranque em Cabo Verde

A visita de Antony Blinken começa em Cabo Verde, país que tem uma ligação de longa data com os EUA.

"É um país pequeno, com uma indústria turística vibrante, mas tem ligações muito ricas e profundas com os Estados Unidos. A democracia é forte desde a independência, com eleições constitucionais regulares. E tem sido um importante parceiro e amigo dos EUA e das organizações internacionais", destacou Johnnie Carson.

Antony Blinken também vai passar pela Costa do Marfim e Nigéria, antes de chegar a Angola, onde está planeado para encerrar a sua visita na sexta-feira (26.01).

Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, e João Lourenço, Presidente de Angola
Antony Blinken e João Lourenço

Relações com Angola mudaram

O embaixador norte-americano Carson destaca um "longo período de turbulência” nas relações entre os Estados Unidos e Angola. No entanto, o diplomata ressalta que, na última década, isto tem mudado. E que Washington tem dedicado bastante atenção à Luanda, com a visita do Presidente João Lourenço à Casa Branca, em dezembro.

Johnnie Carson lembra que fortalecimento dessas relações diplomáticas já rendem frutos para Angola, com uma série de investimentos em infraestruturas com o financiamento norte-americano. É o caso do projeto de construção do corredor ferroviário do Lobito, apoiado com 300 milhões de dólares.

Carson considera, no entanto, que ainda é preciso mais para fortalecer a relação com Luanda: "Angola está a começar a fazer progressos no combate à corrupção, na liberalização da sua economia e na adoção de uma postura mais liberal e democrática. O Presidente João Lourenço foi reeleito há cerca de um ano. É necessário fazer mais progressos no domínio da democracia e da governação."

Questionado sobre a forte ligação de Pequim e Moscovo com África, e se isto atrapalharia a diplomacia norte-americana no terreno, o embaixador respondeu: "Os Estados Unidos estão empenhados para construir e reforçar as suas relações com África. O prisma dessa relação não passa por Pequim ou Moscovo."

"Quando África for mais forte, mais próspera e democrática, será bom para África, mas também para os Estados Unidos", concluiu Johnnie Carson.

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