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Ataques: Comissão prepara diálogo com insurgentes

Lusa
24 de novembro de 2023

O presidente do Conselho Islâmico de Moçambique anunciou hoje, em Luanda, que comissão internacional vai trabalhar na província de Cabo Delgado, visando "dialogar com os insurgentes" para alcançar a paz na região.

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Comissão prepara diálogo com insurgentes em Cabo Delgado
Foto: AFP/J. Nhamirre

"Estamos a trabalhar nas várias vertentes, como (líder) religioso, como membro do Conselho de Estado e não só. Nomeou-se uma comissão composta por membros de países vizinhos, também da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral] e com alguns membros da comunidade europeia. Estamos a trabalhar neste sentido e já estivemos em Cabo Delgado também", respondeu hoje o Sheikh Aminuddin Muhammad.

Falando no final de um culto na mesquita Ebad Al Rahman, no Distrito Urbano do Zango 0, município de Viana, em Luanda, onde cumpre uma jornada de trabalho, o presidente do Conselho Islâmico de Moçambique (CISLAMO) deu nota de que várias ações têm sido desenvolvidas em Cabo Delgado para a pacificação da região.

"Estudamos no terreno como vamos fazer e o nosso próximo passo, decidimos na semana passada, [será dado] em janeiro [de 2024]. Vamos para Cabo Delgado e o Governo também está a nos encorajar para ver se há alguma forma e um canal de diálogo com aqueles insurgentes, estamos a trabalhar neste sentido", assegurou.

A causa do terrorismo

O Sheikh Aminuddin Muhammad, também membro do Conselho de Estado e presidente do Conselho das Religiões em Moçambique, salientou que o problema de Cabo Delgado "não é religioso" e que este emergiu em consequência da descoberta de recursos.

De acordo com o líder islâmico, os muçulmanos vivem em Moçambique há mais de mil anos, antes do domínio colonial, e nunca foram terroristas, mesmo após o país alcançar a independência, quase há 50 anos.

"O problema de Cabo Delgado só surgiu depois da descoberta dos recursos, então deve-se perguntar aos políticos porquê agora e não antes", argumentou.

Em declarações aos jornalistas, o presidente do CISLAMO realçou que os muçulmanos vivem em todas as províncias de Moçambique e não apenas em Cabo Delgado, referindo que "se o terrorismo tivesse a ver alguma coisa com religião, todo Moçambique estaria afetado".

"Mas as outras partes [do país] estão todas pacíficas e a história demonstra que éramos todos pacíficos", rematou.

A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico e seus afiliados.

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