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Ataque em Niassa: Polícia descarta ação insurgente

Conceição Matende
14 de março de 2022

Na província de Niassa, homens armados, não identificados, assaltaram residentes e comerciantes, no distrito de Marrupa. Teme-se que os atacantes sejam insurgentes, mas a polícia garante que não.

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Residências destruídas por insurgentes em Mecula (foto ilustrativa)Foto: Privat

A polícia informou que, no domingo (13.03), homens armados assaltaram várias pessoas na localidade de Marangira, no distrito de Marrupa. De acordo com a comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM) no Niassa, Verónica Nkuemba, foram "assaltantes à mão armada, não são terroristas. Os colegas estão no terreno em perseguição para o esclarecimento deste caso."

Verónica diz que roubaram valores monetários e alguns bens. "Apelo à comunidade para poder colaborar com a polícia, nós estamos prontos para podermos colaborar na manutenção da ordem e segurança pública."

O último ataque na província nortenha de Niassa foi há mais de dois meses, a 28 de janeiro. Homens armados atacaram uma viatura que transportava 17 pessoas, no distrito de Máua, e roubaram os bens dos passageiros. As autoridades também concluíram, na altura, que o ataque não tinha relação com o terrorismo. Muitos populares temem o alastramento da insurgência de Cabo Delgado, desde os ataques em Mecula, no final do ano passado.

Mosambik Binnenvertriebene aus Cabo Delgado
A insurgência começou na vizinha província de Cabo Delgado, onde a destruição não cessaFoto: Privat

"Aconteceu a mesma coisa em Cabo Delgado"

Em entrevista à DW, o ativista social Abudo Gafuro traça paralelismos entre os primeiros indícios de ataques terroristas na província de Cabo Delgado e o modus operandi dos ataques em Niassa.

"Aconteceu-nos a mesma coisa aqui em Cabo Delgado. Os primeiros movimentos destes terroristas são dessa natureza, eles atacam em zonas mais fragilizadas em termos de segurança para que as pessoas comecem a assaltar as grandes zonas do interesse deles. Nós não sabemos se são ou não terroristas", compara. 

O ativista lembra que os terroristas estão "em debandada" da província de Cabo Delgado na sequência da intervenção militar conjunta das Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique, do Ruanda e da SADC. Por isso, será preciso estar atento em Niassa.

"O Niassa [pode ser] uma nova zona para poderem se instalar, atendendo e considerando a fragilidade em termos de segurança ou mesmo de jovens a nível local, que vão se aliando e que se aliaram a esses terroristas", entende.

Mosambik | zerstörte Häuser in Mecula
Casa incendiada por insurgentes, em dezembro, no distriro de Mecula, NiassaFoto: Privat

Autoria: "grupo que quer desviar a nossa atenção"

O Secretário do Estado na província de Niassa, Dinis Vilanculo, reafirma, no entanto, que os ataques de domingo não foram protagonizados por terroristas.

"Nós acreditamos que seja um grupo que quer desviar a nossa atenção, que se quer aproveitar da situação do terrorismo. Podem não ser terroristas, e eu acho que não são, são pessoas que se organizaram e fizeram aquele assalto, porque sabiam que um grupo de agentes económicos saía do distrito de Mecula em direção a Marrupa, e protagonizaram aquele assalto", argumenta. 

"No início deste ano, registámos mais um caso no distrito de Máua, também foi um assalto à mão armada. E não deixemos de fora o que aconteceu em Muembe e noutros pontos da nossa província, como é o caso de Mavago", recorda Vilanculo. 

O Secretário do Estado apelou à Polícia da República de Moçambique que reforce a capacidade de resposta e fiscalização, para travar futuros ataques.

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