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São Tomé e Príncipe suspende novas bolsas para estudantes no exterior

2 de junho de 2011

O governo de São Tomé e Príncipe anunciou que vai suspender a concessão de bolsas de estudos no exterior para estudantes universitários. O motivo seria a falta de capacidade financeira do país.

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Crianças diante de escola em São Tomé, em 2000; investimentos serão voltados para criação de universidade pública dentro do país
Crianças diante de escola em São Tomé, em 2000; investimentos serão voltados para criação de universidade pública dentro do paísFoto: picture-alliance / dpa

A decisão de suspender futuras bolsas de estudos faz parte de um programa de contenção de despesas que entrou em vigor este ano, em resposta aos efeitos da última crise financeira internacional. O Ministério da Educação de São Tomé e Príncipe só manterá o financiamento de cursos de especialização em áreas nas quais o país tenha falta de profissionais. Segundo o ministro da Educação, Olinto Daio, continuará o financiamento para cursos de agronomia, medicina em diversas áreas e cursos ligados ao petróleo.

Eventualmente também poderão ser beneficiados os melhores alunos do país, que terminam a escola com uma média superior de 18. Estes poderão ser premiados com bolsas no exterior, disse o ministro da Educação.

Três milhões de dólares com bolsas de estudos por ano

São Tomé e Príncipe gasta anualmente três milhões de dólares com bolsas de estudos para o ensino superior, principalmente em Portugal, Moçambique, Brasil e Cuba. Segundo o ministro da Educação, Olinto Daio, a decisão vai reduzir despesas com o financiamento de estudantes que, em muitos casos, não voltam ao país depois de concluírem os estudos.

Além disso, a recém criada Direção do Ensino Superior de São Tomé descobriu centenas de estudantes fantasmas, que recebiam 200 euros mensais do Estado. "Nós enviamos essa ajuda de custo, mas há pessoas que não estão a estudar. Há pessoas que desde 2007 deixaram de estudar e continuam a receber. E com esse levantamento, a equipa que trabalha neste processo já eliminou quase cem pessoas que estavam na lista", disse Daio.

Enquanto alguns estudantes fantasmas recebiam bolsas ilegalmente, centenas de universitários são-tomenses ficaram sem receber o dinheiro da bolsa no ano passado. Em alguns países, os atrasos passaram de nove meses.

Investimento local

Se por um lado o governo são-tomense pretende suspender o apoio para estudantes em outros países, por outro promete aumentar os investimentos no ensino superior dentro do país. Em 2013 deve entrar em funcionamento a primeira universidade pública do país.

Segundo o ministro da Educação, já está em andamento o processo de abertura dos primeiros cursos. "Este ano já arrancamos com quatro cursos de mestrado. Pensando em começar em novembro o curso de doutorado", disse Daio.

Em junho, peritos brasileiros viajam ao país insular para ajudar a Direção do Ensino Superior a constituir a universidade pública. Uma missão portuguesa também deve ir a São Tomé para, junto com o governo local, analisar as necessidades para o funcionamento dos cursos.

Autor: Ramusel Graça (São Tomé)

Revisão: Francis França / Renate Krieger