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Sissoco diz que "não há crise" na Guiné-Bissau

Iancuba Dansó (Bissau)
5 de fevereiro de 2024

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, é acusado de atitudes "antidemocráticas" por algumas formações políticas, incluindo os seus aliados.

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Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló
Foto: Tony Karumba/AFP/Getty Images

No fim de semana, doze militantes do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15), a segunda maior força política da Guiné-Bissau, foram detidos pelas forças de segurança, durante algumas horas.

Os membros do MADEM-G15 estavam nas imediações do Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, à espera do seu líder, Braima Camará, que regressava do estrangeiro. 

O político não gostou do que viu quando chegou ao país: "Isto é abuso, não é normal e é intolerável. Regressei para morrer na minha terra. Basta! Isto é ditadura", afirmou Camará.

Aliança "Kumba Lanta"

No domingo (05.02), reunidos numa aliança denominada "Kumba Lanta", o Partido da Renovação Social (PRS) e a Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) acusaram, em comunicado conjunto, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, de transformar as forças do Ministério do Interior em "milícias palacianas". 

As duas formações políticas apelaram ainda a Sissoco Embaló para pôr fim imediato às "atrocidades" e "sinais evidentes da ditadura, que o povo guineense jamais aceitará e se mobilizará para combater sem tréguas".

Liga Guineense defende consolidação da democracia no país

O presidente interino do PRS, Fernando Dias, estranha o silêncio da comunidade internacional sobre a situação na Guiné-Bissau. "Onde estão a União Africana, a CEDEAO, a União Europeia e as Nações Unidas? Será que não têm representação na Guiné-Bissau para acompanhar tudo que está a acontecer?", questionou.

"Igualdade" nas detenções

Em conferência de imprensa, esta segunda-feira (05.02), o secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Macedo, justificou a detenção dos membros do MADEM-G15, partido a que também pertence, com a medida governamental que proíbe as manifestações no país.

O governante disse que não pode haver desigualdade de tratamento dos cidadãos: "Onde está o problema de prender os camaradas do MADEM-G15 que violam [as decisões do] Estado? Prendemos os do PAIGC e de outros partidos políticos, mas os do MADEM-G15 não podem ser detidos porquê?"

No entanto, de visita ao Ministério do Interior, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, desdramatizou o ambiente político na Guiné-Bissau. 

"Eu sou a instituição do Estado e representante do Estado. Não há crise. Nuno [Nabiam], [Fernando] Dias e Bá [Braima Camará] são todos do meu campo e não há crise", garantiu Sissoco Embaló.

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