1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Presidente angolano defende soberania da Palestina

Lusa
24 de janeiro de 2024

O Presidente de Angola, João Lourenço, defendeu a soberania da Palestina e exortou o Conselho de Segurança da ONU a dar "passos concretos" para a materialização das suas resoluções, visando travar o conflito.

https://p.dw.com/p/4bbrC
João Lourenço, Presidente de Angola
Foto: Adrian Dennis/AP Photo/picture alliance

João Lourenço entende ser o momento de os países demonstrarem solidariedade para com o povo palestiniano "porque tem o mesmo direito a um território dentro de um Estado livre e soberano por criar".

"Antes que o povo palestino seja completamente exterminado, enquanto é tempo, as Nações Unidas, nomeadamente o seu Conselho de Segurança, devem dar passos concretos para a materialização das suas próprias resoluções que refletem a vontade expressa da esmagadora maioria dos seus Estados membros", disse esta terça-feira (23.01).

Para o chefe de Estado angolano, que falava na cerimónia de cumprimentos de Ano Novo ao corpo diplomático acreditado em Angola, a criação de um Estado independente e soberano da Palestina "é a única forma de se pôr um fim definitivo a este velho em muito violento".

"Colocando os dois povos, judeu e palestino e os dois Estados, de Israel e da Palestina, a viveram lado a lado, em paz e harmonia, cooperando de forma normal, como é suposto acontecer em países vizinhos que partilham fronteiras comuns", frisou.

A atual guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita no sul do território israelita, que matou cerca de 1.200 pessoas e fez mais de 200 reféns (dos quais mais de 100 permanecem em Gaza), em 07 de outubro.

O Presidente angolano lamenta mesmo a guerra que persiste na Faixa de Gaza considerando que, "não obstante ao direito que cabe a Israel de defender o país e proteger os seus cidadãos", assiste-se a mais de cem dias a uma "reação desproporcional que vitimou mais de 25.000 cidadãos palestinos, entre os quais milhares de crianças indefesas".

"A história vai condenar-nos no futuro de mantivermos hoje o silêncio cúmplice e nada fizermos para se acabar com este massacre de civis que acontece na Faixa de Gaza", exortou João Lourenço, falando aos diplomatas acreditados em Angola.

Porque é que a África do Sul está a processar Israel?

Outros conflitos

Manifestou "apreensão" para com os conflitos que ocorrem, nos últimos anos, em diferentes continentes, exemplificando a guerra entre a Rússia e a Ucrânia: "O mundo não pode aceitar que a lei do mais forte prevaleça sobre a ordem internacional estabelecida", apontou.

Condenou as mudanças inconstitucionais em África, "que vêm ocorrendo com frequência e impunidade dos seus autores", salientando que Angola encara a questão da paz, da estabilidade e da reconciliação nacional em África, como uma componente essencial da sua diplomacia.

As iniciativas de Angola para a resolução de conflitos que assolam a República Democrática do Congo, República Centro Africana, Moçambique e no Sudão foram ainda destacadas por João Lourenço.

João Lourenço manifestou ainda convicção de que as conquistas internas alcançadas por Angola no plano material "terão uma sustentabilidade mais duradoura e sólida, se tudo isso se processar dentro do quadro da construção do Estado democrático e de direito".

"No âmbito do qual demos sequência à algumas das preocupações da nossa nação que têm a ver com a melhoria e consolidação dos direitos, liberdades fundamentais e garantias dos cidadãos, da transparência na governação e proximidade governativa, o combate à corrupção e a impunidade bem como a necessária independência e harmonia entre os diferentes poderes do Estado", concluiu.

A ONU já não é o que era?