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Oposição em Inhambane denuncia perseguição política

13 de dezembro de 2021

MDM e RENAMO na província de Inhambane, sul de Moçambique, denunciam detenções e intimidação por parte das autoridades, a mando do partido no poder. A FRELIMO nega as acusações.

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Foto ilustrativaFoto: DW/B. Jequete

A perseguição política aos membros dos partidos da oposição na província de Inhambane, no sul de Moçambique, não é de hoje. Armando Maquetele, delegado político do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em Massinga diz à DW que é perseguido desde que se filou no partido: "Como delegado político distrital sofri ameaças, tive que abandonar este distrito". Segundo o dirigente, há mesmo "colegas que estão a ser assassinados na província de Inhambane".

"Conhecemos como a FRELIMO atua, não há esta abertura e é aquilo que está a acontecer", acusa.

Raimundo Faduco, delegado político provincial do MDM, a segunda maior força da oposição, revela que muitos correligionários estão na cadeia por motivos políticos. Por exemplo, nos últimos quinze dias foram detidos dois membros do MDM no distrito de Inhassoro quando pretendiam apanhar o transporte público para participarem do III Congresso do partido, acusados de terem participado numa manifestação a nível local. 

"Agora estão na cadeia, um dos nossos membros foi sentenciado a dois meses e quinze dias de prisão, mais o pagamento de 19.135,40 meticais [cerca de 265 euros]", afirma. "Foram encontrados a ir para o congresso, a própria polícia confirmou".

Segundo Faduco, desde finais de novembro, outros membros estão a a ser perseguidos no distrito de Panda pelos líderes comunitários a mando da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), o partido no poder: "Os líderes comunitários estão a andar de casa em casa dos membros do MDM, o partido no poder tem várias formas de intimidar os membros da oposição".

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João Machamale, professor, vice-presidente da assembleia provincial e membro da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO,) a maior força da oposição, também se queixa de perseguição politica.

Denuncia que muitas vezes os funcionários públicos que não vestem a camisola da FRELIMO são excluídos das progressões de carreira: "Este problema é cancro na educação, eu fui um dos professores que mais mexi a província na mudança de carreira, eu sou oposição aconteça o que acontecer", garante.

Reagindo às acusações, Essau Elcídio Maela, secretario de Mobilização, Comunicação e Imagem no comité provincial do partido FRELIMO em Inhambane, disse à DW que não passam de uma mentira. "Não é nossa responsabilidade e nem nosso mandato perseguir pessoas e jovens", assegura. "Sobretudo, nós damos apoio e promovemos esta juventude a partir de diversos programas. É infundado e a FRELIMO refuta esta mensagem".

Sobre a detenção dos membros do MDM, a polícia no comando provincial negou prestar declarações, alegando que o assunto já foi entregue ao Ministério Público.

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