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ConflitosIsrael

ONU: Faixa de Gaza está "simplesmente inabitável"

Lusa
6 de janeiro de 2024

Ofensiva militar israelita contra o Hamas no enclave palestiniano fez mais de 22 mil mortos e 57 mil feridos nos últimos três meses. ONU lamenta "90 dias de inferno" e continua "a exigir o fim imediato do conflito".

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Soldados israelitas em Gaza
Foto: Israel Defense Forces via REUTERS

O chefe das operações humanitárias da ONU, Martin Griffiths, alertou esta sexta-feira (05.01) que a Faixa de Gaza está "simplesmente inabitável", após quase três meses de guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas. 

"Três meses após os ataques atrozes de 7 de outubro, Gaza tornou-se um lugar de morte e desespero" e os seus habitantes "enfrentam ameaças diárias diante dos olhos do mundo", sublinhou Martin Griffiths, citado em comunicado.

A guerra em Gaza eclodiu a 7 de outubro, após um ataque maciço do Hamas que incluiu o lançamento de foguetes e a infiltração simultânea de cerca de 3.000 milicianos em Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e raptando outras 250 em cidades próximas de Gaza.

Crianças palestinianas num campo de deslocados improvisado em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Crianças palestinianas num campo de deslocados improvisado em Rafah, no sul da Faixa de GazaFoto: AFP/Getty Images

Mais de 22 mil mortos

Apesar das críticas internacionais, o exército israelita mantém uma forte ofensiva militar contra o grupo islamita no enclave palestiniano, de que resultaram mais de 22 mil mortos e 57 mil feridos, incluindo milhares de crianças, e mais de 7 mil desaparecidos sob os escombros dos bombardeamentos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

A retaliação israelita desencadeou uma crise humanitária grave devido ao colapso de hospitais, falta de medicamentos, alimentos, água e eletricidade, de acordo com as autoridades do enclave palestiniano controladas pelo Hamas.

Para Martin Griffiths, "é altura de as partes cumprirem todas as suas obrigações ao abrigo do direito internacional -- incluindo proteger os civis e satisfazer as suas necessidades básicas -- e libertar imediatamente todos os reféns".

"Continuamos a exigir o fim imediato do conflito, não só para o povo de Gaza e os seus vizinhos ameaçados, mas para as gerações vindouras que nunca esquecerão os 90 dias de inferno e os ataques aos princípios mais fundamentais da humanidade", acrescentou.

Cenário em Deir Al-Balah, Gaza, após ataque aéreo israelita, a 4 de janeiro
Cenário em Deir Al-Balah, Gaza, após ataque aéreo israelita, a 4 de janeiroFoto: Ashraf Amra/Anadolu/picture alliance

Ideias para o pós-guerra

O Exército israelita continua as operações na Faixa de Gaza e anunciou hoje a eliminação de terroristas no centro do enclave, e a destruição dos locais de lançamento de foguetes em direção a Israel, no sul, em Khan Younes, o epicentro dos combates. 

Apesar da ausência de perspetivas de cessação das hostilidades, o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, revelou esta quinta-feira ideias para o pós-guerra, na véspera do início de uma digressão regional do chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken.

O plano apresentado pelo ministro ainda deve receber a aprovação de um governo israelita dividido mas prevê a continuação das operações em Gaza até "o regresso dos reféns", o "desmantelamento das capacidades militares e de governação do Hamas" e a "eliminação das ameaças militares".

Gallant defende uma solução sem o Hamas, mas também sem uma presença civil israelita, numa rejeição aos apelos de dois ministros de extrema-direita ao regresso dos colonos judeus e à emigração dos palestinianos, comentários condenados em particular pelos EUA e pela União Europeia.

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