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Moçambique: Nampula enfrenta grave crise de água

Sitoi Lutxeque (Nampula)
6 de janeiro de 2021

Água potável é cada vez mais cara e escassa na cidade de Nampula, no norte de Moçambique. Fundo de abastecimento diz estar de mãos atadas devido à falta de chuva.

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Foto: Sitói Lutxeque/DW

A cidade de Nampula, no norte de Moçambique, enfrenta uma das piores crises de água da última década. Desde finais de outubro, os cidadãos têm dificuldades no acesso a água para consumo e para a higienização das mãos, no âmbito da prevenção da Covid-19.

Embora tenha chovido nos últimos dois dias, a situação prevalece e veem-se muitos cidadãos com baldes e bidões à procura de água. "É normal sairmos às 2h00 da madrugada e voltarmos às 16h00. Temos conseguido [encontrar água] mas com muitas dificuldades – não vem fácil", conta Gizelda Alfredo, residente no bairro de Mutauanha, um dos mais afetados.

Muitos poços artesanais, que têm sido a alternativa face à falta de água nas torneiras, encontram-se secos devido à falta de chuva. "A situação é mesmo muito triste. Por exemplo, pela água do poço pagamos 7 meticais [cerca de 8 cêntimos de euro] por um bidão de 20 litros. E pagamos 20 meticais [22 cêntimos de euro] pela água da torneira", explica.

Mosambik Nampula | Wasserkrise | FIPAG
Depósito de água do FIPAG, em NampulaFoto: Sitói Lutxeque/DW

Oportunidade em tempos de crise

Uma das formas de prevenção do coronavírus é lavar as mãos sempre que necessário e evitar aglomerados populacionais. Na cidade de Nampula, no entanto, as recomendações passaram à teoria, segundo Anifa Joaquim, outra residente: "Dizem que temos de lavar as mãos, mas a água não sai. Assim, como é que havemos de combater o coronavírus?", questiona.

Estefânia António, outra cidadã residente no bairro de Mutauanha, encontrou uma oportunidade de fazer dinheiro no meio da crise. Tem um furo de água na sua residência e vende aos interessados: "O balde de 20 litros vendemos a 5 meticais [cerca de 5 cêntimos de euro]. Por causa da crise de água, está sempre cheio aqui", afirma.

Mateus Saeze, diretor do Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG) em Nampula, diz que a instituição não conseguirá fazer muitos esforços para prover água aos consumidores enquanto não chover, uma vez que a única barragem que abastece a cidade está sem capacidade, por conta da falta de chuva. No entanto, aponta um plano urgente para minimizar o problema.

"Em Namiteca, temos dez furos feitos e, até 11 de janeiro, o empreiteiro já estará em Nampula com o equipamento hidromecânico enquanto decorrem os trabalhos da eletrificação da linha e a colocação dos postes de transformação", explica o responsável. "Isso é a curto prazo. Acionado o Namiteca, vai trazer sete mil metros cúbicos por dia", garante.

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