Moçambique: Muita chuva e pouca água
Ao mesmo tempo que a cidade de Maputo enfrenta as consequências das fortes chuvas que caíram nos últimos dias, na cidade da Matola e na vila de Boane, as populações debatem-se com restrições no fornecimento de água.
Residências inundadas
Nos últimos três dias, a cidade de Maputo registou a queda de chuvas intermitentes que causaram inundações e cortes de estradas.
Famílias desalojadas
Esta é a situação em alguns bairros periféricos da capital moçambicana. A chuva desalojou 20 famílias, estando as autoridades municipais e o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) à procura de espaços para albergar as famílias afetadas.
Falta de água
Entretanto, falta água na cidade da Matola e vila de Boane. A recente queda de uma conduta em Boane provocou restrições no fornecimento de água nesta região. Para fazer frente à situação, carrinhos de tração humana, vulgo "tchovas", ajudam no carregamento de quantidades consideráveis de água tirada das valas de drenagem de algumas zonas da cidade de Maputo.
Reservatórios
Por causa da queda da conduta, o abastacecimento de água às cidades de Maputo e Matola e à vila de Boane está a ser feito em dias alternados. Pelo menos, um milhão e meio de cidadãos destes municípios estão a ser afetados. Apenas os residentes com reservatórios não sentem as restrições.
Risco de doenças
As restrições no fornecimento de água registam-se desde 8 de fevereiro, tendo a empresa Águas da Região de Maputo prometido resolver o problema em dez dias. Na zona de Nwankakana, a oeste da capital, as águas das valas de drenagem estão a minimizar o problema, apesar dos riscos de contrair doenças. Esta águas são usadas, por exemplo, para lavar roupa e loiça.
Uso racional
João Machatine, ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, apelou à população para tomar medidas de "austeridade e uso racional da água", de modo a "evitar o pior no que diz respeito à escassez de água".
Precaução
Preocupados com as restrições em vigor, alguns cidadãos optam por encher vários recipientes de água e carregá-los para as suas casas, de modo a terem água nos dias em que não estão contemplados pelo fornecimento.
Água imprópria
Também nos bairros periféricos, como são Maxaquene, Polana-Caniço, Urbanização e Mafalala, o cenário é este. As valas de drenagem continuam a escoar água de forma permanente e os residentes circundados por este canal continuam a aproveitar a água para vários afazeres, mesmo sabendo que esta água não é própria para consumo. Alguns cidadãos aproveitam para tomar banho ao escurecer.
Ruas alagadas
Apesar das campanhas de propaganda do Governo sobre a criação de reservatórios de água, que seriam usados em tempos de crise, o projeto não saiu do papel. As zonas baixas de alguns bairros acumulam água e criam cenários de desespero.
Mobilização geral
São sobretudo as mulheres que costumam carregar água logo pela manhã. No entanto, em cenários de crise no fornecimento de água, como acontece por estes dias, a procura de água mobiliza toda a população.
Crianças também ajudam
Pessoas de todas as idades são vistas no corre-corre em busca do precioso líquido. Nesta imagem, no bairro da Malanga, vemos um jovem e um menor a dirigirem-se à vala de drenagem em busca de água.