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Bissau: Partido de Unidade Nacional pede demissão do Governo

Lusa
18 de outubro de 2022

O Partido de Unidade Nacional da Guiné-Bissau pediu ao chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, para demitir o Governo, que apenas está preocupado com o seu "ego" e "mordomias".

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Idirça Djaló
Idriça Djaló, presidente do Partido de Unidade Nacional (PUN)Foto: DW/B. Darame

"Nunca na história da Guiné-Bissau houve um Governo tão pouco sensível com as questões sociais do país. Este Governo não se importa com a vida do povo. Os preços dispararam, as famílias têm dificuldade em assegurar duas refeições aos seus filhos", afirmou Idriça Djaló, presidente do Partido de Unidade Nacional (PUN), sem assento parlamentar.

Denunciando a falta de saúde e educação, Idriça Djaló referiu que há uma degradação total do Estado e que nunca se viu no país um "nível tão baixo" de governação.

"O Governo da Guiné-Bissau não sabe como o povo vive, o que come, que tipo de água bebe, se tem ou não luz. Temos os piores governantes de África preocupados só com o seu ego, com as suas mordomias, com os seus apartamentos em Lisboa e as viagens milionárias que fazem à custa do povo", afirmou, em conferência de imprensa na sede do partido, em Bissau.

Umaro Sissoco Embaló
Idriça Djaló responsabiliza Sissoco Embaló pelo "fracasso do Governo"Foto: Pressebüro der Präsidentschaft der Republik Guinea-Bissau/Jakadi

Greves na saúde e educação

"Sucessivas greves na saúde e educação. A escola pública acabou e o Governo não se importa. Nos centros de saúde não há material e medicamentos, o Governo está ausente", salientou.

Segundo Idriça Djaló, o povo está a ser humilhado e o "fracasso do Governo tem um só responsável que é o Presidente", Umaro Sissoco Embaló.

"Compram apartamentos de luxo em Portugal, em bairros, que só os portugueses que têm rendimentos mais altos têm, uma vergonha, e como se não bastasse de vergonha ainda têm a coragem de mostrar nas redes sociais as suas viagens de avião e os seus passeios e as suas casas de luxo. O povo está a ser humilhado de todas as maneiras por aqueles que foram chamados para governar”, denunciou o líder do PUN.

Idriça Djaló considerou também que a produção agrícola foi morta internamente "devido às más políticas económicas” e que o país foi entregue aos estrangeiros.

"Incompetência dos nossos governantes, as autoridades bloquearam completamente o país”, disse.

Em relação às eleições legislativas, que deveriam realizar-se em 18 de dezembro, mas que o Governo vai pedir para serem adiadas para 23 de abril, Idriça Djaló afirmou que o executivo, liderado por Nuno Gomes Nabiam, não tem interesse em fazer eleições.

"Isto é gozo, os guineenses estão mal. Chegou a hora de parar e defender o país. Este país está a cair literalmente à frente dos nossos olhos", insistiu Idriça Djaló, salientando que o Governo não pode continuar e que o Presidente vai ter que o demitir.

Qual é o impacto das greves na Guiné-Bissau?