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Governo moçambicano nega plano de assassinato de Dhlakama

Leonel Matias (Maputo)4 de novembro de 2015

O ministro do Interior de Moçambique negou a existência de um plano do Governo para assassinar Afonso Dhlakama, o líder da oposição. No entanto, o ministro disse que vai prosseguir o processo de recolha de armas.

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Mozambique Parlamentssitzung
Foto: Getty Images/AFP/A. Barbier

O Governo moçambicano foi esta quarta-feira (4.11) ao Parlamento responder às questões apresentadas pelos deputados, numa sessão dominada por intervenções da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO). Segundo o maior partido da oposição, o Governo pretende assassinar o seu líder, Afonso Dlakhama.

Recorde-se que o líder do maior partido da oposição foi alvo de duas supostas emboscadas em setembro. Em outubro a sua guarda pessoal foi desarmada pelas forças governamentais durante um cerco à sua residência na cidade da Beira.

A RENAMO questionou se o governo considera moral e politicamente justificado recorrer às forças de defesa e segurança do país para ações cujo o objetivo é assassinar o seu dirigente, enquanto manifesta vontade de dialogar com o mesmo. Mas Basílio Monteiro, ministro do Interior, desmentiu tal pretensão, dizendo que "o Governo não coloca nem sequer como ténue hipótese o uso das forças de defesa e segurança para alegadas ações que visam assassinar quem quer que seja, muito menos o líder da RENAMO".

Wahlen Mosambik 15.10.2014 Afonso Dhlakama
Afonso Dhlakama, líder da RENAMO, esteve desaparecido durante semanas, após uma emboscada em setembroFoto: AFP/Getty Images/Gianluigi Guercia

O ministro acrescentou que "a missão primária das forças de defesa e segurança é de assegurar a defesa da ordem pública por forma garantir a paz, o direito à vida, a livre circulação de pessoas e bens e o exercício dos direitos e liberdades fundamentais consagrados na Constituição da República".

Desarmamento vai continuar

Nas ultimas semanas têm sido reportados confrontos entre forças governamentais e homens armados da RENAMO, que aconteceram durante as tentativas governamentais para desarmar as forças residuais do maior partido da oposição.

Basílio Monteiro disse ainda que o processo de desarmamento "vai prosseguir até que a última arma de fogo em mãos não autorizadas seja recolhida coercivamente".

O Governo acusa ainda a RENAMO de inviabilizar o desarmamento dos seus homens, alegação que é desmentida pelo principal partido da oposição.

Glória Salvador, deputada da RENAMO em resposta acusou o Governo de não cumprir a sua parte. "Se a Frelimo tivesse respeitado os acordos de paz, hoje não estaríamos a falar destes assuntos." A deputada disse ainda que se, "mais recentemente o Governo tivesse implementado os acordos de cessação de hostilidades militares, que prevêm a integração da força residual da RENAMO na polícia e nas forças de defesa e segurança de Moçambique, com o objetivo de ter um exército republicano no país, a questão do desarmamento já estaria ultrapassada".

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Por seu turno, o primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, reiterou a abertura do Governo moçambicano ao diálogo. Na sua intervenção Agostinho do Rosário condenou ainda o rapto e assassinato de pessoas albinas e disse que o Governo tudo fará para que elas gozem todos os seus direitos e liberdades.

O primeiro-ministro mencionou ainda situação económica, dizendo que, apesar da depreciação do metical em relação as moedas estrangeiras, o desempenho da economia continua positivo, a inflação sob controle e o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro semestre foi de 6,3 por cento.