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PolíticaArgentina

Maduro não irá à Argentina por temer "agressões" da direita

24 de janeiro de 2023

Venezuelano cancelou encontro com Lula em Buenos Aires e afirmou haver plano da extrema direita local para atacá-lo. Possível presença gerou onda de rejeição entre opositores de Alberto Fernández.

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Venezuela - Belize I Nicolas Maduro und Johnny Briceño
Foto: Leonardo Fernandez Viloria/REUTERS

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não participará da 7ª cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac)em Buenos Aires em razão de um suposto "plano de agressões" da extrema direita argentina contra sua delegação, informou o seu gabinete nesta segunda-feira (23/01).

"Nas últimas horas, fomos informados de maneira incontestável de um plano elaborado no seio da extrema direita neofacista, cujo objetivo é levar a cabo uma série de agressões contra a nossa delegação, encabeçada pelo presidente", afirma um comunicado do Executivo venezuelano.

O texto afirma que Maduro tomou a "decisão responsável" de enviar à Argentina o ministro do Exterior, Yván Gil, como chefe da delegação para representá-lo.

O governo venezuelano alega que setores da direita argentina pretendem "montar um show deplorável a fim de perturbar os efeitos positivos" da cúpula da Celac e, "dessa forma, contribuir para a campanha de descrédito" contra a Venezuela. Esse plano, segundo Caracas, estaria sendo traçado a partir dos Estados Unidos.

O gabinete de Maduro afirma que o presidente decidiu não comparecer em razão do "cenário de planos extravagantes desenhados por extremistas de direita", e "a fim de contribuir para o bom desenvolvimento e conclusão bem sucedida" da cúpula.

Maduro cancelou uma reunião marcada para esta segunda-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já se encontra em Buenos Aires desde o domingo.

Na capital argentina, Lula criticou a oposição na Venezuela e disse que "se fez uma coisa abominável com a democracia" com o reconhecimento do líder opositor Juan Guaidó como presidente interino. Vários países em todo o mundo chegaram a reconhecer Guaidó como presidente, mas o esforço da oposição de se impor ao governo de Maduro acabou fracassando.

Direita argentina comemora

A possível presença de Maduro no evento gerou uma onda de rejeição na Argentina. Ele chegou a ser denunciado por organizações civis na Justiça argentina por violações aos direitos humanos. Alguns líderes da oposição pediram que ele fosse preso logo ao chegar ao país.

Os opositores do governo do presidente argentino, Alberto Fernández, comemoraram a ausência de Maduro.

O prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, um dos potenciais candidatos à presidência pela coalizão de centro-direita Juntos pela Mudança, considerou a não participação do venezuelano uma vitória do povo argentino na defesa da "tradição democrática" do país.

A 7ª reunião de cúpula da Celac ocorrerá nesta terça-feira no hotel Sheraton, no centro da capital argentina, e reunirá representantes das 33 nações latino-americanas e caribenhas.

rc (EFE)