1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Irã diz que ataque ao Iraque mirou instalações israelenses

13 de março de 2022

Teerã admitiu ter lançado os 12 mísseis que atingiram região próxima do consulado americano em Erbil, mas negou que fosse seu alvo. França adverte Irã que ação coloca em risco negociações para o acordo nuclear.

https://p.dw.com/p/48QQC
Lançadores de mísseis do Irã em foto de arquivo
Lançadores de mísseis do Irã em foto de arquivo Foto: Iranian Army Office/ZUMA/picture alliance

O Irã reivindicou neste domingo (13/03) a responsabilidade por um ataque a mísseis no sábado que atingiu a cidade de Erbil, capital do Curdistão iraquiano. Segundo Teerã, os mísseis foram direcionados para um "centro estratégico" israelense na cidade.

A administração da região autônoma do Curdistão iraquiano havia informado inicialmente que 12 mísseis tinham sido lançados contra Erbil no sábado antes do pôr-do-sol, mirando o consulado americano na cidade. Dois civis teriam ficado levemente feridos no ataque, que causou danos materiais.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos condenou "de forma veemente" o ataque como uma "violação intolerável" da soberania iraquiana, mas disse que não tinha nenhuma evidência de que o ataque havia sido dirigido a seu consulado em Erbil, embora os mísseis tenham atingido as proximidades. "O Irã deve interromper imediatamente seus ataques, respeitar a soberania iraquiana e parar de interferir nos assuntos internos do Iraque", disse a diplomacia norte-americana.

Autoridades iraquianas já haviam dito que os mísseis poderiam ter vindo do Irã, o que foi posteriormente confirmado pela Guarda Revolucionária iraniana.

O "centro estratégico da conspiração e do vício dos sionistas foi o alvo de poderosos mísseis do Corpo dos Guardiãs da Revolução Islâmica", disse a Guarda Revolucionária em uma declaração publicada em seu site, Sepah News.

O ataque ocorreu quase duas semanas depois de dois oficiais da Guarda Revolucionária Iraniana terem sido mortos na Síria em um atentado a bomba atribuído a Israel, aliado dos EUA, ao qual a Guarda Revolucionária jurou vingança. Israel ainda não havia se manifestado sobre o ataque de sábado.

O Iraque pediu ao Irã por meio de canais diplomáticos uma explicação "franca e clara" sobre o ataque. Após uma reunião de seu Conselho de Segurança Nacional, o país disse que "espera que a liderança política iraniana assuma uma posição que rejeite a agressão".

A França também se manifestou. "Este ataque, reivindicado pelo Corpo de Guardas da Revolução Islâmica Iraniana, ameaça a estabilidade do Iraque e da região", disse o Ministério das Relações Exteriores francês em uma declaração, acrescentando que "ações irresponsáveis e perigosas desse tipo" colocam em risco os esforços para restaurar o acordo nuclear com o Irã, segundo o qual o país aceitaria limitações ao seu programa nuclear em troca da remoção de sanções internacionais.

bl (afp/rtr/efe)