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Zelensky: "Para mim, Putin não é ninguém"

gcs | DW (Deutsche Welle) | com agências
26 de janeiro de 2023

Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reitera que está fora de questão dialogar com o Presidente russo, Vladimir Putin. A Rússia voltou a fazer um ataque em larga escala na Ucrânia.

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Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky
Foto: Ukrainian Presidential Press Office via AP/picture alliance

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, insiste que não está interessado em negociações de paz enquanto soldados russos pisarem solo ucraniano.

Em entrevista ao canal de televisão britânico Sky News, Zelensky disse que, para ele, o Presidente russo não é "ninguém".

Um encontro com Putin, para dialogar, "não é interessante", afirmou o chefe de Estado ucraniano. "Porque me encontrei com ele […] antes da invasão em larga escala. E deparei-me com um homem que disse uma coisa e fez outra."

O Kremlin também não se mostra interessado num encontro com Zelensky.

Encontro entre Putin e Zelensky no "Formato Normandia", em dezembro de 2019, com o Presidente francês, Emmanuel Macron, e a antiga chanceler alemã, Angela Merkel
Encontro entre Putin e Zelensky no "Formato Normandia", em dezembro de 2019, com o Presidente francês, Emmanuel Macron, e a antiga chanceler alemã, Angela MerkelFoto: Alexei Nikolsky/TASS/picture alliance

"Há muito que [Zelensky] deixou de ser um possível interlocutor [para o diálogo] com o Presidente Putin", referiu esta quinta-feira (26.01) o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov.

"O Presidente ucraniano não resolveu o problema [na região] de Donbass. Não cumpriu os acordos de Minsk [para um cessar-fogo], já sabia que não os ia cumprir. Estava a preparar-se para a guerra", acusou.

Tanques ocidentais não agradam à Rússia

Moscovo critica o crescente "envolvimento direto" do Ocidente na guerra.

Na quarta-feira, os aliados da Ucrânia confirmaram que vão enviar tanques pesados para combater a ofensiva russa. A Alemanha prometeu 14 tanques Leopard 2 A6, que deverão chegar à Ucrânia entre "o final de março e o início de abril". A Polónia deverá fornecer outros 14 tanques Leopard 2, de fabrico alemão, agora que tem "luz verde" de Berlim. E os Estados Unidos prometem enviar 31 tanques Abrams.

Pouco depois destes anúncios, Kiev voltou a acordar debaixo de fogo. Mísseis russos atingiram a capital ucraniana esta quinta-feira de manhã. A Força Área ucraniana disse ter intercetado 15 mísseis na região. Mas um disparo atingiu um edifício não-residencial no sul da cidade.

Destruição após bombardeamento russo em Kiev, esta quinta-feira
Destruição após bombardeamento russo em Kiev, esta quinta-feiraFoto: Daniel Cole/AP/dpa/picture alliance

"Uma pessoa foi morta e duas tiveram de ser hospitalizadas", informou o presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko.

Os bombardeamentos não se limitaram a Kiev – a Rússia voltou a fazer um ataque em larga escala na Ucrânia. 11 pessoas morreram e outras 11 ficaram feridas, de acordo com os últimos dados divulgados pelos serviços de emergência ucranianos.

As autoridades dizem que a Rússia disparou, ao todo, 55 mísseis, além de lançar durante a noite 24 drones "kamikaze", que foram abatidos.

"Defender a Europa"

A Rússia já tinha alertado para a possibilidade de novos ataques se os aliados da Ucrânia enviassem tanques pesados. Voltou até a levantar o espetro do "nuclear".

Presidente da Letónia, Egils Levits
Egils Levits: "Se deixarmos que a Rússia tire proveito desta agressão, deixará de haver limites"Foto: DW

Em entrevista à DW, o Presidente da Letónia, Egils Levits, lembra o que os Estados Unidos já disseram sobre o assunto: Um ataque nuclear ordenado por Moscovo teria "consequências catastróficas" para a Rússia.

Por outro lado, Levits sublinha que ajudar a Ucrânia – seja com tanques ou com artilharia – é "defender a Europa".

"Se deixarmos que a Rússia tire proveito desta agressão, deixará de haver limites. É um convite à Rússia para ir mais longe, e é um convite a outros países para atacarem os vizinhos", alertou o chefe de Estado.

A perspetiva da NATO é que, a longo prazo, o envio contínuo de armas à Ucrânia forçará o Presidente russo a dialogar.