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UNITA pede que a PGR investigue os assassinatos

Borralho Ndomba
21 de maio de 2019

Deputado pela bancada do partido do galo negro, Joaquim Nafoia, afirma que assassinato de populares nas zonas de exploração de diamantes é uma realidade e avança que já foram encontradas 17 pessoas mortas.

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Angola Palast der Gerechtigkeit in Luanda
Palácio da Justiça - LundaFoto: DW/B. Ndomba

A UNITA, maior partido na oposição em Angola, defende que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue a onda de assassinato de angolanos nas zonas de exploração diamantífera na província da Lunda Norte.

A posição foi manifestada pelo secretário nacional para os direitos humanos do partido do galo negro, Joaquim Nafoia, em reação ao comunicado do Ministério do Interior que desmente a alegada existência de uma suposta vala comum, onde terão sido enterrados vários cadáveres na localidade de Calonda.

Num comunicado de imprensa citado pela Lusa, o Governo angolano refere que as informações que "estão a circular nas redes sociais" são "caluniosas" e provenientes "de indivíduos descontentes com o trabalho de combate ao garimpo e à imigração ilegal, que tem sido desencadeado por forças do sistema de segurança a nível do município do Lucapa, concretamente na localidade de Calonda".Mas para Joaquim Nafoia, deputado da UNITA que liderou a comitiva do partido durante a visita efetuada entre os dias 9 e 13 deste mês à Lunda Norte, um "simples comunicado” não vai esclarecer e nem acabar com a onda de matança naquela província rica em diamante, cuja população vive na miséria extrema.

Angola Arbeitslose in Dundo
Miséria e falta de emprego aliciam jovens para as zonas de garimpo.Foto: DW/B. Ndomba

Em declarações à DW África, Joaquim Nafoia destacou a necessidade de ser criada uma comissão parlamentar de inquérito para se apurar os factos.

"Estamos a pedir que o caso seja devidamente apurado através da Procuradoria-Geral da República, e o Parlamento se for o caso, no sentido de se punir os infratores porque as pessoas não podem ser mortas como se fossem mosquitos, e Lunda Norte não pode ser transformada em matador humano, porque, essa situação é recorrente. Matam-se as pessoas e os autores não são sancionados”, lamentou Nafoia reafirmando que os autores dos assassinatos cometidos contra vários cidadãos continuam impunes.

"Há uma impunidade total. No dia 27 de março aconteceu o mesmo no município de Kapenda Kamulemba, em que as forças de defesa e segurança também no âmbito da "Operação Transparência" assassinaram dois sobas, e os que mataram estão aí impunes. E ainda se diz que estamos numa nova era".

InvestigaçãoO deputado  afirma ainda que o assassinato de populares nas zonas de exploração de diamantes é uma realidade e avança que já foram encontradas 17 pessoas mortas.

UNITA pede que a PGR investigue os assassinatos na Lunda Norte

 "Nas últimas 24 horas recuperou-se mais dois corpos. Portanto, a população já deu por desaparecidos, mais de 17 cidadãos, porque no dia 4 de maio recuperaram três corpos, e à medida que o tempo vai passando, conclui-se que os 17 desaparecidos afinal foram mortos. São esses os corpos que estão a ser encontrados pela população”.

Quanto ao comunicado do Ministério do Interior, Joaquim Nafoia afirma que as autoridades estão somente a comentar os conteúdos das redes sociais sem contudo fazerem qualquer referência às mortes denunciadas pela UNITA.

Entretanto, Joaquim Nafoia desafia a imprensa, a polícia e a PGR a investigarem com mais detalhes as denúncias.

“Quando fomos para lá, ouvimos o Governo Provincial, ouvimos a polícia, ouvimos a população, ouvimos as igrejas e as autoridades tradicionais, e confirmamos que são 17 mortos e ponto final. A própria justiça que anda atrelada ao executivo faz ouvido de marcador. Em nenhum momento, falamos de vala comum. As imagens estão a circular porque os óbitos estão lá no Lucapa. E desafiamos os jornalistas a irem ao Lucapa para conversaram com os familiares das pessoas que foram mortas”, concluiu o deputado da UNITA.

 

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