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Ucrânia: Rússia pede à NATO que pare de armar Kiev

Lusa | cm
30 de abril de 2022

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, pediu à NATO e aos Estados Unidos que parem de entregar armas à Ucrânia, se "estiverem realmente interessados em resolver a crise ucraniana".

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Serguei Lavrov
Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei LavrovFoto: Russian Foreign Ministry/ITAR-TASS/IMAGO

Numa entrevista publicada pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua, Serguei Lavrov lembrou que "um fluxo contínuo de armas de todos os tipos tem entrado na Ucrânia através da Polónia e de outros países da NATO".

"Se os Estados Unidos e a NATO estiverem realmente interessados em resolver a crise ucraniana, então, acima de tudo, devem acordar e parar de entregar armas e munições ao regime de Kiev", acrescentou o chefe da diplomacia russa.

Na terça-feira, líderes militares de cerca de 40 países reuniram-se em Ramstein, na Alemanha, tendo decidido passar a encontrar-se mensalmente para discutir o fortalecimento das capacidades militares da Ucrânia contra a Rússia.

Objetivos "serão alcançados"

Na entrevista à Xinhua, Lavrov assegurou que "a invasão que começou em 24 de fevereiro está a seguir de acordo com o planeado”.

Volodymyr Zelensky
Situação na região nordeste da Ucrânia é "difícil", reconhece Zelensky Foto: Ronaldo Schemidt/AFP/Getty Images

"Todos os objetivos da operação militar especial serão alcançados, apesar da obstrução dos nossos adversários", acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.

O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reconheceu, na noite de sexta-feira (29.04), que a situação na região nordeste do país, onde as forças russas concentram a sua ofensiva, é "difícil". "Mas os nossos militares estão a obter sucessos táticos", acrescentou.

O Ministério da Defesa ucraniano deu como exemplo Rouska Lozova, uma localidade situada a norte de Kharkiv, que as forças russas estavam a usar para atacar a segunda maior cidade da Ucrânia.

Rouska Lozova foi recuperada pelos ucranianos após intensos combates e mais de 600 moradores foram retirados, avançou o ministério.

Corpos em Bucha

A polícia de Kiev anunciou este sábado (30.04) que encontrou num poço perto de Bucha, na Ucrânia, os corpos de três homens que tinham sido visivelmente torturados e baleados, com as mãos atadas e os olhos vendados.

"As vítimas foram torturadas durante muito tempo, e no final cada uma delas foi alvejada na cabeça", disse o chefe da polícia da região de Kiev, Andriy Nebytov, numa declaração citada pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).

"As vítimas tinham as mãos atadas, roupas à volta do rosto para não poderem ver e algumas tinham mordaças na boca", acrescentou.

Os corpos dos três homens foram encontrados em Myrotske, uma aldeia perto de Bucha, uma cidade nos arredores de Kiev que se tornou num símbolo das atrocidades da guerra na Ucrânia e na qual foram encontrados muitos cadáveres civis.

"De acordo com dados preliminares, os ocupantes tentaram esconder os vestígios da sua violência, por isso atiraram os corpos para um poço e cobriram-nos com terra", disse Nebytov.

Andriy Nebytov
Chefe da polícia da região de Kiev, Andriy NebytovFoto: APTN

Ataque a posto fronteiriço

Autoridades russas denunciaram que um posto fronteiriço na região de Kursk, sudoeste da Rússia, foi alvo de novos ataques com morteiros a partir de território ucraniano.

O governador de Kursk, Román Starovoit, assinalou na sua conta de Telegram que "foram lançados vários morteiros desde território ucraniano contra o posto fronteiriço de Krupets". O ataque foi repelido pelos guardas fronteiriços e pelo exército russo, adiantaram as mesmas fontes.

Não houve vítimas ou danos materiais a registar, acrescentou o governador local.

Nos últimos dias, Román Sarovoit denunciou a ocorrência de vários ataques alegadamente cometidos pela Ucrânia contra postos fronteiriços na região.

A região de Kursk faz fronteira com a região ucraniana de Sumy, palco de intensos combates.

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