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PolíticaSenegal

Senegal: UA pede "diálogo" após adiamento eleitoral

tms | com agências
5 de fevereiro de 2024

União Africana (UA) apela ao "diálogo" no Senegal, após o adiamento das presidenciais. Parlamentares vão discutir a medida anunciada pelo Presidente Macky Sall, que já provocou confrontos violentos nas ruas.

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Foto: Seyllou/AFP

O presidente da comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, pediu esta segunda-feira (05.02) que o Senegal resolva sua "disputa política por meio de consultas, entendimento e diálogo", depois que confrontos violentos eclodiram no fim-de-semana devido ao adiamento da eleição presidencial deste mês.

Num comunicado, Faki pediu às autoridades que "organizem as eleições o mais rápido possível, com transparência, em paz e harmonia nacional", depois que o Presidente Macky Sall anunciou, no sábado, que as eleições de 25 de fevereiro foram adiadas indefinidamente.

Entretanto, o Parlamento senegalês convocou para hoje uma reunião para analisar o adiamento das presidenciais. Os deputados votarão uma proposta para adiar as eleições por até seis meses.

Confrontos nas ruas

A reunião no Parlamento decorre após um dia de confrontos. Os polícias atiraram no domingo (04.02) gás lacrimogéneo contra centenas de pessoas que se concentravam numa das principais ruas do país para contestar o adiamento das eleições presidenciais.  

Segundo um jornalista da Agência France-Press (AFP) no local, os manifestantes, homens e mulheres de todas as idades envergando a camisola da seleção nacional e agitando bandeiras do país, reuniram-se na rotunda de uma das principais estradas do Senegal a pedido de vários partidos da oposição para mostrar o seu descontentamento pela decisão do Presidente do Senegal, Macky Sall, de adiar as eleições. 

Senegal Proteste gegen Verschiebung deer Präsidentschaftwahlen
A polícia usou gás lacrimogéneo para conter os manifestantes em DacarFoto: John Wessels/AFP

A ex-primeira-ministra e atual membro da oposição senegalesa Aminata Touré foi detida durante uma manifestação na capital, Dacar.

O Governo ordenou que uma emissora de televisão privada saísse do ar por "incitação à violência" devido à sua cobertura dos protestos, outro sinal da crescente tensão política no país.

"Golpe institucional"

Os líderes da oposição usaram o termo "golpe constitucional" para descrever a situação atual no país, que, segundo eles, é um ataque à democracia. A situação também preocupa a comunidade internacional.

O Presidente senegalês, que não se candidata a um novo mandato, garantiu que vai iniciar um "diálogo nacional aberto", de modo a reunir as condições para que as eleições decorram de forma livre, transparente e inclusiva. 

A suspensão eleitoral é motivada por um "conflito aberto no contexto de um alegado caso de corrupção de juízes", referiu Sall numa declaração televisiva, referindo-se a uma polémica levantada em torno da lista final de candidatos. 

O Presidente do Senegal anunciou ainda que a Assembleia Nacional avançou com uma investigação sobre o processo de seleção de candidatos.

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