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Deputados aprovaram a prorrogação do mandato do Presidente, decretada pelo próprio.Foto: Feisal Omar/REUTERS
PolíticaSomália

ONU alerta para consequências de impasse político na Somália

Lusa
24 de abril de 2021

Conselho de Segurança adotou uma declaração manifestando "profunda preocupação" com situação no país. O Presidente prorrogou o seu mandato por dois anos, apesar da rejeição da oposição e comunidade internacional.

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O Conselho de Segurança da ONU alertou para as consequências potenciais do impasse eleitoral na Somália, que pode "anular os progressos" na governação e agravar problemas de segurança com que o país se confronta.

Numa declaração adotada na sexta-feira (23.04), os 15 membros do Conselho de Segurança manifestam "profunda preocupação com o impasse político contínuo e o desacordo persistente entre os líderes políticos somalis sobre qual modelo usar para a realização de eleições".

"O desacordo atual não apenas anula progressos duramente conquistados, mas também desvia a atenção de questões urgentes", incluindo desastres naturais, a pandemia da Covid-19 e a luta contra a ameaça terrorista [do movimento islâmico] Al-Shabab", refere a declaração.

A Somália vive num estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando o país sem um governo eficaz e nas mãos de milícias e senhores da guerra islâmicos, como o grupo 'jihadista' Al-Shabab, que controla as zonas rurais no centro e sul do país.

UA e UE condenam prorrogação de mandato

Kenia Nairobi | Präsident Somalia | Mohamed Abdullahi Mohamed
Mohamed Abdullahi FarmaajoFoto: Yasuyoshi Chiba/AFP/Getty Images

A 12 de abril, o Presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Farmaajo, prorrogou unilateralmente o seu mandato por dois anos, após meses de impasse político, e um dia depois a Câmara Baixa do Parlamento (Câmara do Povo) votou a favor da prorrogação, apesar da rejeição absoluta tanto da oposição como da comunidade internacional.

A União Europeia (UE) apoiou esta sexta-feira a condenação da União Africana (UA) à prorrogação de mandato do chefe de Estado somali, bem como a decisão do envio de um enviado especial a Mogadíscio para "alcançar um consenso para as eleições".

Num comunicado, o alto representante da UE para a política externa, Josep Borrell, descreveu as conclusões do Conselho de Paz e Segurança da União Africana sobre a situação política e de segurança na Somália como "decisivas e bem-vindas".

A UE "apoia a rejeição de qualquer extensão do mandato e espera um regresso rápido às negociações, facilitado por um enviado da União Africana, para que se chegue a um consenso para as eleições, com base no acordo de 17 de setembro de 2020", salientou Borrell.

O acordo de setembro - que definia o modelo para as eleições parlamentares e presidenciais e que tinha sido assinado tanto pelo Presidente Mohamed Abdullahi Mohamed Farmaajo como por líderes regionais - estabeleceu um roteiro para eleições indiretas, baseadas em clãs, apesar das promessas do Presidente de que estas seriam as primeiras eleições por sufrágio universal desde 1969.

Borrell manifestou também a disponibilidade da UE para "cooperar estreitamente" com o enviado da UA e, entretanto, apelou à "calma e a que se evite qualquer outra ação que possa exacerbar a tensão".

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