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Moçambique: Pior seca dos últimos trinta anos no sul do país

27 de fevereiro de 2019

Região sul de Moçambique enfrenta a pior seca dos últimos trinta anos. Barragens têm níveis de armazenamento abaixo dos 30%. Cenário já afeta a agricultura e o abastecimento de água.  

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Mosambik - Trockenperiode
Canavial de Xinavane precisa de mais água para irrigaçãoFoto: DW/R. da Silva

A pior seca dos últimos trinta anos está a afetar a agricultura na região sul de Moçambique. E a água escasseia em Maputo, onde populares dizem que o problema arrasta-se desde 2016. Este ano, embora as autoridades gestoras da água tenham decretado restrições, problemas de abastecimento aos bairros continuam.

Na região sul, três barragens - Massingir, em Gaza, e Pequenos Libombos e Corumana, na província de Maputo - estão com níveis de armazenamento abaixo dos 30%. 

Já a Administração Regional de Águas, ARA-Sul, tenta superar este cenário com racionamento. O seu diretor-geral, Hélio Banze, diz que na barragem de Corumana, situada no rio Incomáti, a única solução é restringir o fornecimento de água para os canaviais de Xinavane e Maragra.

Abastecimento 

Mosambik Dürre in Guija
Falta de água prejudica criação de gado. Foto ilustrativaFoto: picture-alliance/dpa/A. Silva

"Há anos temos restrições na Bacia de Incomáti. Fornecemos água para a agricultura das principais açucareiras de Xinavane e Maragra a 50%. Esse cenário terá que prevalecer, pois ainda estamos num momento de época chuvosa, [mas] com pouca chuva. Uma avaliação será feita no final desta época", esclarece.

As restrições não são apenas para as açucareiras. Os pequenos agricultores e criadores de gado ao longo da bacia de Incomáti terão apenas 15% deste precioso líquido.

"Estamos a tentar dar alguma satisfação ao setor da agricultura para manter as culturas vivas. A morte dessas pode resultar em prejuízos para os nossos agricultores. Estamos a fornecer os 15%, e esse cenário deve prevalecer até o final da época chuvosa", diz.

Rios

Mosambik - Trockenperiode
Rio Inkomáti, no norte da província de MaputoFoto: DW/R. da Silva

A situação na barragem dos Pequenos Libombos, no rio Umbeluzi, é pior do que nas restantes albufeiras. A água que dali sai abastece as cidades de Maputo, Matola e Boane e, segundo Pedro Paulino, diretor-geral do Fundo de Investimento e Património de Água, FIPAG, só há água para um ano. 

"Atualmente, temos cerca de 12 mil metros cúbicos a serem aduzidos para a rede através de investimentos em infraestruturas feitos em furos. Essa água está a ser aduzida a partir da zona norte de Maputo diretamente para a rede", explica.

Por sua vez, o Governo moçambicano continua à procura de soluções para a crise de água no sul do país. A dessalinização da água do mar, por exemplo, é um projeto que Maputo pondera levar avante.

 

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