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Bagdade: Milhares de pessoas gritam "Morte à América"

Lusa
4 de janeiro de 2020

Também este sábado (04.01), Presidente iraniano alertou que os Estados Unidos vão sofrer "as consequências" do assassinato do general Qassem Soleimani "ao longo dos próximos anos".

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Irak Bagdad Trauermarsch für Kassem Soleimani und Abu Mahdi al-Muhandis
Foto: Reuters/W. al-Okili

Milhares de pessoas participaram, este sábado (04.01), no cortejo fúnebre do general iraniano que foi morto num ataque aéreo norte-americano, esta sexta-feira (03.01), em Bagdade, no Iraque.

O cortejo, que se realizou no distrito de Kazimiya, no norte de Bagdade, contou com a presença do primeiro-ministro do Iraque e figuras pró-Irão. "Morte à América" foi uma das frases mais ouvidas.

Sentimento de vingança

Num comunicado enviado à imprensa, também este sábado (04.01), o Presidente iraniano, Hassan Rohani, alertou que os Estados Unidos vão sofrer "as consequências" do assassinato do comandante da força de elite iraniana Al-Quds, "não apenas hoje, mas ao longo dos próximos anos".

"Os norte-americanos não perceberam o grande erro que cometeram (...). Sem dúvida, os Estados Unidos são muito mais odiados hoje (do que antes) entre o povo do Irão e do Iraque", disse Rohani, durante uma reunião com a família do general.

Kassem Soleimani, der Kommandeur der iranischen Al-Kuds-Brigaden
Irão promete vingar morte do general Qassem Soleimani.Foto: picture-alliance/dpa/AP/E. Noroozi

Segundo Rohani, o ataque realizado em Bagdade pelos Estados Unidos "permanecerá na história dos seus maiores crimes inesquecíveis contra a nação do Irão", pois, acresentou, Soleimani "não era apenas um comandante de guerra e um importante planeador de operações, mas também um político e estratega excecional e talentoso".

Também  o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, já prometeu vingar a morte de Soleimani, assim como o Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano, que disse que a vingança ocorrerá "no lugar e na hora certos".

Numa entrevista à cadeia televisiva norte-americana CNN, o embaixador do Irão na ONU, Majid Takht-Ravanchi, frisou também que o ataque dos Estados Unidos ordenado por Donald Trump, foi "um ato de guerra contra o povo iraniano".

Reações

O ataque já suscitou várias reações, tendo quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas -- Rússia, França, Reino Unido e China - alertado para o inevitável aumento das tensões na região e pedem as partes envolvidas que reduzam a tensão. O quinto membro permanente do Conselho de Segurança da ONU são os Estados Unidos.

Do lado iraquiano, o primeiro-ministro iraquiano demissionário advertiu que este assassínio vai "desencadear uma guerra devastadora no Iraque" e o grande ayatollah Ali al-Sistani, figura principal da política iraquiana, considerou o assassínio do general iraniano Qassem Soleimani "um ataque injustificado" e "uma violação flagrante à soberania iraquiana".

Novo ataque

Esta sexta-feira (03.01), um novo ataque aéreo dos Estados Unidos no norte de Bagdade terá deixado mais cinco mortos.

De acordo com a estação televisiva estatal iraquiana, citada pela France-Presse, o alvo principal do ataque norte-americano era um comandante da Hachad al-Chaabi, mas a cadeia televisiva não especifica a identidade desse alvo.

Os cinco mortos foram confirmados à Associated Press (AP) por oficiais iraquianos.

Para reforçar uma eventual resposta a uma reação iraniana, os Estados Unidos decidiram enviar mais 3.000 militares para o Médio Oriente.