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Junta do Mali cria órgão para elaborar nova constituição

AFP | tm
11 de junho de 2022

Autoridades malianas, dominadas pelos militares que tomaram o poder após golpe, anunciam a criação de um organismo para elaborar uma nova constituição, após o prolongamento do domínio militar até 2024.

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Mali Präsident Oberst Assimi Goita
O coronel maliano Assimi Goita.Foto: Habib Kouyate/Xinhua/IMAGO

O anúncio das autoridades do Mali foi feito na noite desta sexta-feira (10.6), através de um decreto presidencial que estipulava que a comissão teria dois meses para concluir o seu trabalho.

O órgão será composto por um presidente, dois relatores e peritos e consultará partidos políticos, grupos da sociedade civil. Também farão parte grupos armados que tenham assinado um acordo de paz com o Governo, líderes religiosos e tradicionais e sindicatos, diz o decreto.

Mali | Militär | FAMA | Armed forces
Forças armadas malianas.Foto: Souleymane Ag Anara/AFP

Na segunda-feira, o líder da junta, coronel Assimi Goita, assinou um decreto que diz que os militares governarão o país até março de 2024, altura em que serão realizadas eleições.

Esforços da CEDEAO

A medida desdenhou os esforços do bloco regional da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para reduzir a transição.

O Mali tem sido dirigido por uma junta militar desde agosto de 2020, quando os coronéis se enfureceram com os fracassos na queda dos jihadistas e derrubaram o líder eleito do país, Ibrahim Boubacar Keita.

Em seguida, encenaram um segundo golpe, em maio de 2021, mas reiteraram um voto de devolver o poder até fevereiro de 2022. Mas isso foi adiado por dois anos esta semana.

Mali | Proteste in Bamako
Civis protestam em Bamako contra sanções impostos ao Mali.Foto: Florent Vergnes/AFP/Getty Images

Sanções

A CEDEAO planeou uma cimeira a 3 de julho para rever se levantaria as duras sanções comerciais e económicas impostas ao Mali em janeiro.

O Mali tem sido embalado desde 2012 por uma insurreição jihadista por grupos ligados à Al-Qaeda e ao chamado grupo de Estado Islámico, mergulhando o país numa crise.

A violência começou no norte e alastrou ao centro e ao vizinho Burkina Faso e Níger. Também é comum a violência intercomunal.

A junta dominante do Mali virou-se para a Rússia e afastou-se do seu tradicional aliado França nos seus esforços para conter a violência.

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