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Instabilidade política em Moçambique é destaque na imprensa alemã

Pessoa, Marcio Americo Vieira26 de abril de 2013

Jornais em língua alemã também deram atenção durante a semana aos desafios do desenvolvimento sustentável nos países pobres e à cultura africana na cidade de Colônia.

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Com o título "Boom das matérias-primas desperta a guerra adormecida", Die Tageszeitung aborda a atual instabilidade política moçambicana. Conforme o periódico, após duas décadas de paz o receio de um conflito bélico inquieta o país. "Será que a Renamo vai voltar às armas?", é a pergunta da matéria publicada na Quarta-feira. "Esta dúvida teria se acentuado após a Frelimo boicotar a reunião com a Renamo no início da semana", destaca o jornal.

Segundo o periódico, o problema estaria na distribuição da riqueza moçambicana entre a população. O país vive um expressivo crescimento econômico, chegando a 7%, mas apenas pequena parcela do povo tem aproveitado o momento positivo.

O jornal lembra que a expectativa da sociedade moçambicana é imensa diante do sucesso do setor de matérias-primas. Lembra que as mineradoras Rio Tinto e Vale investiram 10 mil milhões de dólares na província de Tetê para construir a maior mina de carvão mineral do mundo.

O texto destaca que a Renamo vem adotando ações frontais contra o governo da Frelimo de forma cada vez mais acentuada há alguns meses, usando inclusive de expedientes bastante violentos. Mas o jornal também ressalva que os momentos são outros, os guerrilheiros estão mais velhos e não há apoio externo para reavivar o conflito.

Caso raro

O Kölnische Rundschau publicou na semana o interesse de estudantes em desenvolver projetos humanitários em África. O jornal conta a história da embaixatriz-junior do UNICEF, a alemã Madita Eh, de 15 anos. Ela ganhou esse título pelo seu engajamento em projetos na Tailândia e agora na Zâmbia.

O Die Zeit apresenta a matéria de Andrea Böhm com o título "O assassinato em uma vila". Trata-se da possibilidade de uma empresa alemã ser responsabilizada por crimes cometidos por soldados congoleses. O jornal levanta o caso da prisão violenta de pessoas na vila de Yalisika, acusadas de roubo por uma madeireira.

As pessoas tiveram a vila tomada por 60 policiais, foram abusadas e tiveram seus bens destruídos. A matéria considera raro o fato de a justiça alemã ter aceitado uma queixa-crime contra um gerente da matriz da empresa na Alemanaha. A Danzer é há dez anos uma das maiores investidoras na República Democrática do Congo. A unidade congolesa, a Siforco, denunciou os moradores do vilarejo às autoridades, o que gerou a ação policial violenta.

Desafios para o desenvolvimento

O Neue Zürcher Zeitung publicou nesta sexta-feira a matéria "O preço do desenvolvimento". O texto de Stephan Buhofer explica que especialmente em países pobres, o progresso tem efeitos colaterais desagradáveis. Aborda o caso do Benin que vive uma onda de modernização sem medidas de prevenção à destruição do meio ambiente e contenção da pobreza e da crise política.

O mesmo Zürcher Zeitung também analisa a resolução do Conselho de Segurança da ONU que define o envio de tropas de paz para o Mali. O texto caracteriza o clima instável e extremamente sensível que deve ser enfrentado pelos "capacetes azuis" no terreno e a responsabilidade da França na missão.

O Kölnische Rundaschau faz uma crônica sobre o festival "Africolongne" com a matéria "Na terra das pessoas honestas", que trata da atual cena cultural no Burkina Faso, que apresenta farta produção nas artes cênicas, plásticas e na música. O Neues Deutschland destaca a crise de credibilidade e a disputa política vivida por centrais sindicais da África do Sul.