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Ambientalistas divididos sobre homenagem a JLo

José Adalberto
28 de setembro de 2021

Técnicos ambientais e integrantes de ONGs têm opiniões diversas sobre pertinência da homenagem a João Lourenço. Presidente foi distinguido durante a gala anual da Fundação Internacional para a Conservação do Ambiente.

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Angola I Präsident Joao Lourenco
Foto: Alexander Nemenov/AFP/Getty Images

Uma homenagem política. É assim que o ativista Leo Paxi, diretor-executivo da organização não-governamental Ação Florestal, classifica a homenagem feita pela Fundação Internacional para a Conservação do Ambiente (ICCF, na sigla em inglês) ao Presidente angolano, como reconhecimento ao seu engajamento na causa ambiental.

O ativista dá como exemplo a devastação das florestas, um pouco por todo país, sem que as autoridades governamentais tomem medidas concretas para contrapor o cenário.

"Para mim esta ação foi mais política, porque nós temos as florestas devastadas dia e noite com a exploração de madeira e carvão e não há políticas próprias para contrapor está situação", argumenta Paxi.

Para Valdemiro Russo, da Fundação Kissama, a homenagem ao Presidente João Lourenço é um alerta para a necessidade de o Executivo angolano alinhar-se às políticas e estratégias internacionais sobre a natureza e, até mesmo, acelere processos atrasados.

"Não é muito claro em relação aos esforços que são feitos, mas há uma colagem ao acordo Casas, da região do Okavango-Zambeze, onde Angola é o único país desta zona que ainda não ratificou o acordo", opina.

Angola Nationalpark
Gestão dos parques nacionais, como o Quicama (foto), estão em debate em AngolaFoto: AP

Acordo com a African Parks

O Presidente angolano disse que o país iniciou negociações com a ONG African Parks para uma parceria público-privada para a cogestão de longo prazo e desenvolvimento dos parques naturais de Luengue-Luiana e Mavinda, no sudeste de Angola.

João Lourenço sublinhou que aqueles parques naturais formam um corredor de ligação a outras zonas protegidas da região transfronteiriça protegida do Okavango-Zambeze.

Sobre o assunto, Valdemiro Russo considera a decisão de estabelecer parceria público-privada com a African Parks como oportuna e acertada e há muito aguardada pela Fundação Kissama.

Russo lembra que a ONG sul-africana assinou em dezembro de 2019 um acordo com o Governo angolano para gestão do Parque Nacional do Yona. "Não será o primeiro, e a expansão para o Luengue-Luiana e Mavinda, portanto, faz parte desta estratégia de parcerias para a gestão dos nossos parques. Penso que será uma estratégia acertada vamos ver os resultados que iram dar", sugere.

Namibia Fluß Okawango
Corredor para o delta do Okavango terá gestão com ONGFoto: picture-alliance/rp-images

Modelo controverso

Nem todos concordam com este modelo de gestão dos parques nacionais. Para Léo Paxi, existem no país organizações com capacidade comprovada para geri-los.

Segundo o ambientalista, Angola tem recursos humanos e técnicos com conhecimento suficiente para fazer a gestão desses ambientes. "Temos pessoas com muita responsabilidade e capacidade de dar resposta e trabalhar com o Governo angolano para esta proteção".

Paxi não crê que seria uma iniciativa necessária recorrer a ONGs e técnicos estrangeiros para fazer a gestão dos recursos naturais angolanos. Para o ambientalista, técnicos angolanos "talvez sairiam mais barato".

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